POLÍTICA
Após denúncias de Luiz Couto, governo abre sindicância
Deputado federal denunciou esquema para matá-lo. Plano teria participação de servidores da Seap.
Publicado em 02/10/2013 às 8:59
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) abriu uma sindicância para apurar as denúncias do deputado federal Luiz Couto (PT). O ato assinado pelo secretário Wallber Virgolino foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (2). Na segunda-feira (30) Couto usou a tribuna da Câmara Federal para denunciar a existência de um plano para matá-lo, que teria a participação de funcionários da Seap. Ele também fez críticas contra Virgolino.
A investigação interna da Administração Penitenciária será feita pela Comissão de Processo Administrativo da secretaria que é presidida pelo delegado Giovani Giacomelli e tem a advogada Ângela Maria Barbosa e o agente penitenciário Daniel da Rocha Cruz como integrantes. Em entrevista ao Jornal da Paraíba, o secretário Wallber Virgolino afirmou que encaminhou solicitação ao Ministério Público e à Polícia Civil para que fosse instaurado um inquérito policial sobre as denúncias de Couto.
Luiz Couto disse que teve de suspender todos os compromissos marcados para o final de semana depois de ser informado que o serviço de inteligência da Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba detectou que dois pistoleiros alagoanos estariam em João Pessoa para executar ele e a advogada Valdênia Paulino, ouvidora de Polícia do Estado.
Couto disse que ficou surpreso quando desceu no aeroporto Castro Pinto, sexta-feira (27), e encontrou uma escolta de policiais militares, além dos agentes federais que já fazem a sua segurança, e que nesse momento foi notificado pela Superintendência Regional da Polícia Federal para suspender todas as atividades públicas previstas para o final de semana porque, segundo o delegado responsável, "havia uma majoração do risco à integridade física deste parlamentar".
Luiz Couto informou que os criminosos seriam contratados por R$ 500 mil e a transação desses valores teriam sido articuladas por um ex-policial militar, expulso da PM paraibana.
Além disso, o parlamentar frisou que recebeu uma denúncia de que R$ 300 mil teriam sido transportados numa caminhonete do Grupo Penitenciário de Operações Especiais da Paraíba (Gpoe), pertencente à Seap e diretamente subordinado ao secretário da pasta, responsável por determinar as saídas e o deslocamentos do grupo.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Comunicação Institucional informou que “a Secretaria de Estado da Segurança não detectou ou recebeu nenhuma denúncia de ameaça às vidas do deputado nem da ex-ouvidora Valdênia Paulino, portanto, não partiu da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social qualquer informação ao parlamentar ou à Polícia Federal sobre supostas ameaças destinadas aos mesmos”.
Segundo o comunicado oficial, a presença de policiais militares na escolta do deputado federal Luiz Couto na data de sua última vinda à Paraíba deveu-se a apoio de rotina à Polícia Federal e não à denuncia que fundamentasse a necessidade de reforço na proteção do deputado. Na nota, o governo ressaltou ainda que “no limite de suas competências, qualquer ameaça à integridade do deputado será apurada de maneira enérgica pelas forças de segurança da Paraíba”.
Valdênia fora
No Diário Oficial desta quarta-feira também foi publicada a exoneração de Valdênia Paulino do cargo de ouvidora da Polícia da Paraíba. A saída dela acontece em função do término do mandato de dois anos.
O novo ouvidor será escolhido pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) a partir de uma lista tríplice encaminhada pelo Conselho Estadual dos Direitos Humanos, no começo de setembro. A lista é formada pelos advogados Gregória Benário, Olimpio de Morais Rocha e Gustavo Castelo Branco, todos com larga experiência no tema de Direitos Humanos.
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