POLÍTICA
Arrecadação cai e leva governo do Estado a operar no limite
Queda na arrecadação estimula cortes nos gastos e governo revê perspectivas de novos investimentos.
Publicado em 11/08/2015 às 8:08
O governo do Estado tem encontrado muitas dificuldades na hora de fechar as contas desde janeiro. Tudo porque a arrecadação vem acumulando queda real mês a mês. Dos primeiros sete meses deste ano, apenas em abril e julho, a receita foi superior ao mesmo período de 2014, com os valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A redução no repasse das verbas federais destinadas às obras em execução é outro fator que preocupa a equipe do governador Ricardo Coutinho.
O secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, João Azevedo, disse que mesmo com dois pacotes de contingenciamento anunciados pela presidente Dilma Rousseff (PT), o Estado conseguiu manter as obras em andamento. Mas há cautela em relação ao futuro.
Boa parte das obras caminham a ritmo lento, devido à incerteza da continuidade das contrapartidas federais. “Enviamos ofícios aos ministérios e não obtivemos resposta sobre o tamanho dos cortes. Temos obras importantes em andamento e precisamos saber da liberação dos investimentos federais”, comentou Azevedo.
O cenário só não é pior, segundo o secretário estadual de Planejamento, Orçamento, Gestão e Finanças, Tárcio Pessoa, porque o Estado fez o dever de casa desde o ano passado, quando realizou uma reforma administrativa, reduzindo a folha de pessoal.
Tárcio conta que desde o ano passado o Estado passou a trabalhar com duas perspectivas: uma apocalíptica, com crescimento de apenas 3%, e uma mais ou menos otimista, de 6%. Atualmente, ostenta um crescimento médio mensal de 5,5%, abaixo da inflação do mesmo período do ano passado, que foi de 9,56%, segundo o IPCA. Ou seja, um decréscimo real de 4 pontos percentuais. Para obras futuras, por isso, a ordem é esperar a retomada do crescimento. “Não acreditamos em nada positivo em relação à economia este ano. Agosto promete ser um mês difícil. Alguns estados estão em colapso já. Não é momento para pensar em novas obras", afirmou.
Comentários