POLÍTICA
Assessor da Secretaria de Agricultura da Paraíba, 'Júnior do Peixe' é citado na CPMI do INSS
Relator questionou pagamentos e vínculos de assessor técnico com entidade investigada.
Publicado em 30/09/2025 às 8:59 | Atualizado em 30/09/2025 às 11:50

O assessor técnico de projetos da Secretaria de Agropecuária e Pesca da Paraíba, Júnior do Peixe, entrou no radar da CPMI do INSS. Nesta segunda-feira (29), ele foi citado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), durante o interrogatório do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes.
Jerônimo Arlindo da Silva, nomeado assessor em agosto pelo governador João Azevêdo (PSB), atuou anteriormente como diretor da Conafer, uma das entidades investigadas por suspeitas de fraude no INSS.
O relator da CPMI questionou o presidente da Conafer sobre a contratação de Júnior do Peixe e seu papel na entidade. De acordo com o levantamento da CPMI, ele recebia R$ 40 mil mensais da confederação. "É um conhecido de muito tempo, é um nobre quadro, novo, proeminente e é um jovem promissor", disse Carlos Roberto Ferreira Lopes ao ser questionado por Gaspar.
O presidente da entidade explicou que Júnior do Peixe era responsável pela "organização e modernização dos termos de adesão" da entidade.
Ferreira Lopes, no entanto, não soube responder sobre o repasse de R$ 900 mil para uma associação supostamente ligada a Jerônimo Arlindo: "Não sei, senhor, desconheço", afirmou.
Apesar das perguntas sobre Júnior do Peixe, o relator não fez nenhuma acusação sobre a conduta dele, já que o objetivo era questionar Carlos Roberto Ferreira. Carlos acabou preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (30), enquanto prestava depoimento.
Ferreira negou envolvimento em fraudes nos descontos de aposentados e afirmou desconhecer detalhes de operações de pessoas e empresas ligadas à entidade, investigadas por irregularidades.
As investigações
Segundo a matéria, a Conafer foi a entidade que mais aumentou o volume de descontos em benefícios do INSS entre 2019 e 2024. Uma testemunha-chave afirmou que documentos foram adulterados para viabilizar a retirada indevida de dinheiro de aposentados.
Em números absolutos, os descontos indevidos saltaram de R$ 400 mil por ano, em 2019, para R$ 57 milhões em 2020 e R$ 202 milhões em 2023, de acordo com dados da Controladoria-Geral da União (CGU).
Antes de atuar como diretor da Conafer, Júnior do Peixe trabalhou no gabinete do deputado Hugo Motta, entre outubro de 2020 e março de 2021, como secretário parlamentar.
O que diz Júnior do Peixe?
Questionado nesta terça (30), Júnior do Peixe não respondeu sobre a citação do nome dele. É importante destacar que ele não é acusado formalmente de nada até o momento.
Em nota divulgada em suas redes sociais, no mês de maio, ele negou qualquer envolvimento com as irregularidades. "Nunca teve qualquer tipo de interferência ou atuação junto ao INSS, limitando-se exclusivamente a estudos voltados à implementação de ações instituições", disse.
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