POLÍTICA
Balanço de 2009: Maranhão diz que reeleição é plebiscito popular
Em entrevista ao Bom Dia Paraíba, governador revê ações de seus 10 meses de gestão, garante implantação de novo salário mínimo e diz confiar que será reeleito em 2010.
Publicado em 29/12/2009 às 8:15
Karoline Zilah
Há dez meses à frente do Governo do Estado, José Maranhão (PMDB) concedeu entrevista ao jornalista Arimatéia Souza no jornal Bom Dia Paraíba, da TV Cabo Branco. Na conversa, ele fez um balanço do curto prazo à frente da administração estadual, falou sobre o projeto da reeleição em 2010, e deu sua opinião sobre assuntos polêmicos, como a venda da folha de pagamento dos servidores ao Banco do Brasil.
Assista à entrevista no vídeo acima.
Confira aqui a segunda parte da entrevista.
“Vou à luta confiante em Deus e no grau de politização e consciência do povo paraibano”, declarou o governador sobre sua candidatura. Na entrevista, Maranhão afirmou acreditar que a reeleição é um plebiscito para que a população avalie sua gestão. “Creio na eficácia deste processo”, comentou confiante de que será aprovado pela população mesmo tendo um curto mandato.
Com a cassação do mandato do ex-governador Cássio Cunha Lima, Maranhão teve apenas 1 ano e 10 meses, menos de 50% de um mandato completo para governar o Estado. Ainda assim, ele disse considerar a experiência de 2009 válida. “Muitas pessoas diziam que era difícil um governo dar certo em tempo tão curto”, explicou.
Com relação aos apoios para que ele saia vitorioso em 2010, o chefe do Executivo disse que continua firme na aliança com o Partido dos Trabalhadores. Ele citou a recente eleição para a presidência da legenda como um sinal de que o PT está ainda mais próximo do Governo do Estado. “Essa eleição balizou os posicionamentos políticos do partido. Além disso, o PT já está no meu governo”, comentou, referindo-se ao vice-governador Luciano Cartaxo.
Balanço de 2009
Na área de segurança pública, Maranhão declarou que já iniciou projetos de investimentos em armamentos, reformas de delegacias, além de modernização de equipamentos para o Corpo de Bombeiros, a exemplo da aquisição de escadas magirus de maior alcance, já que os prédios tanto na zona urbana de João Pessoa quanto em cidades do interior estão mais altos.
No setor de saúde pública, o governador disse ter apostado em 2009 na qualidade dos serviços, especialmente nos hospitais de referência em Patos, Sousa, Cajazeiras, João Pessoa, Guarabira e Monteiro, onde houve instalação de novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Segundo ele, outro projeto importante foi a implantação, em Patos, da primeira experiência no Nordeste de humanização dos acompanhantes de pacientes internos.
Como o Estado sobreviveu à crise econômica
Como a Paraíba conseguiu sobreviver à crise econômica mundial e à queda de repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE)? Na entrevista, José Maranhão enumerou a busca por recursos externos, o financiamento com o Banco Mundial e os recursos do Governo Federal como grandes responsáveis pela sustento econômico do Estado em tempos de crise.
O governador avaliou que a Paraíba “se saiu bem” mesmo tendo perdido receita do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Segundo ele, hoje é possível investir, por exemplo, R$ 1,3 bilhões na área de abastecimento de água graças à habilidade para buscar recursos externos necessários para viabilizar obras, ao financiamento obtido com o Banco Mundial, aos recursos conseguidos com emendas parlamentares e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Sofrimento dos servidores no Banco do Brasil e novo salário mínimo
Maranhão considerou como “necessário” o grande transtorno vivido pelos servidores do Estado nas longas filas para a regularização de contas correntes no Banco do Brasil. Segundo ele, além de outros benefícios, o pagamento do 13º salário só foi possível graças à transferência da folha de pagamento do Banco Real para o BB.
“A venda da folha ao Banco do Brasil trouxe menores taxas de serviços, produtos mais amplos, além de ter sido um instrumento que garantiu recursos necessários para que o 13º salário fosse pago no dia 18 de dezembro. Esse foi o grande benefício. Eles puderam receber dinheiro antes das festas de fim de ano”, comentou.
Com relação ao novo salário mínimo de R$ 510 autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador garantiu que o valor será implantado na Paraíba. “O Estado tem a obrigação de cumprir a lei que o Governo Federal adota para os trabalhadores da iniciativa privada”, explicou.
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