Bancadas na AL ainda estão indefinidas

A Assembleia Legislativa retomou ontem as atividades do último semestre da atual legislatura e por enquanto ainda não há definições quanto à composição das bancadas do governo e de oposição. Após a aliança feita entre PT e PSB, a expectativa é de que a bancada de apoio ao governador Ricardo Coutinho receba o reforço de pelo menos mais um parlamentar.

O deputado petista Frei Anastácio afirmou que segue a orientação da Executiva Nacional do seu partido e continuará defendendo, de forma independente os interesses da população. Primeiro deputado a ocupar a Tribuna na abertura dos trabalhos legislativos, Frei Anastácio criticou a infraestrutura de várias estradas paraibanas que interligam municípios como Caaporã, Pitimbu, Araruna, Solânea, Cacimba de Dentro, Caiçara e Belém. Ele ainda afirmou não acreditar na gestão do governador Ricardo Coutinho.

“Tudo aquilo que vier em benefício da população estarei votando. Vou agir como fiz hoje aqui, denunciando a situação das estradas”, disse Frei Anastácio. Questionado sobre ser favorável ou não à aliança PT/PSB, Frei Anastácio afirmou que está fazendo uma análise interna com a militância sobre a conjuntura atual.

“No próximo sábado espero reunir 200 militantes. É com eles que nós vamos caminhar. Serei coerente na Assembleia Legislativa porque nunca fugi da raia. Não acredito nesse governo Ricardo Coutinho e por isso vamos ver o que vai acontecer depois que a Justiça decidir (sobre aliança)”, disse Frei Anastácio. Com discurso mais ameno, o deputado Anísio Maia (PT) explicou que vai continuar trabalhando em benefício da população e que terá postura independente na Assembleia.

Membro da bancada de oposição, o deputado Gervásio Maia (PMDB) afirmou que ainda aguarda postura dos parlamentares, após realização das convenções, para verificar a extensão da bancada, que continua sem liderança. “Falo meu partido, que se mantém na mesma linha. Defendendo os interesses da população, fiscalizando o Poder Executivo”, explicou o parlamentar.

Em virtude do processo eleitoral, o líder da bancada governista, deputado Hervázio Bezerra (PSB) já espera debates mais intensos no Poder Legislativo em comparação com os últimos três anos. “Mas nós da bancada do governo estamos preparados para enfrentar a oposição”, assegurou Hervázio.

O parlamentar ainda afirmou que aguarda a confirmação dos registros de candidaturas e a movimentação em plenário para ter a confirmação do número de deputados que permanecem na bancada do governo e quantos devem ingressar. “Vamos fazer uma análise amanhã (hoje) para ver como ficará a bancada do governo aqui na Assembleia. Talvez não seja necessário um processo de votação para saber quem fica com o governo, mas é óbvio que já temos um panorama”, disse Hervázio.

VOTAÇÃO DE CONTAS PODE SER ADIADA

As contas do exercício de 2011 do governador Ricardo Coutinho podem ser votadas somente após as eleições. Segundo o presidente da Comissão de Acompanhamento e Controle da Execução Orçamentária, deputado Raniery Paulino (PMDB), o adiamento será discutido com a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, responsável por definir a tramitação da matéria.

“Por enquanto há deputados falando informalmente sobre esse assunto. É procedente e merece ser analisado. Isso nós vamos resolver em conjunto com a Mesa Diretora. Não houve um acordo formal sobre isso, mas eu acho que a intenção é essa, até para que isso não seja utilizado de forma eleitoreira que nem beneficie, nem prejudique nenhum dos candidatos. A Assembleia tem que se manter isenta entre os candidatos”, explicou Raniery Paulino.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Marcelo (PEN), porém o parlamentar não concedeu entrevistas ontem.

No entanto, Raniery Paulino adiantou que pretende reunir informalmente os membros da Comissão de Orçamento para deliberar sobre as contas do governador e um pedido de remanejamento feito pelo Poder Executivo que supera R$ 1,3 bilhão. “Eu fiz um pedido de informação ao governo do Estado e ainda não sei se chegou à Casa (Assembleia), a partir daí nós faremos a devida tramitação e deliberação”, disse Raniery Paulino.

Outra matéria que ainda não tem previsão para entrar em votação é o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o voto secreto na Assembleia Legislativa. A Mesa Diretora ainda não constituiu a comissão especial para emitir parecer referente à proposta.