POLÍTICA
Barbosa ofendido critica líder da Transparência Brasil
Deputado não aceita bem críticas que Cláudio Abramo fez em sessão especial na AL e o chama de "leviano e irresponsável".
Publicado em 17/06/2008 às 15:52
Phelipe Caldas
O deputado estadual Ricardo Barbosa (PSDB) usou a tribuna da Assembléia Legislativa da Paraíba para criticar o jornalista Cláudia Abramo, presidente da ONG Transparência Brasil, que veio a Paraíba para participar de sessão especial sobre transparência pública e, em seu discurso, fez duras críticas às assembléias legislativas brasileiras, chamando-as de “onerosas e improdutivas”. O parlamentar, que foi um dos 32 deputados que não esteve presente à sessão e chegou ao plenário apenas no final dos trabalhos, chamou o jornalista de “leviano e irresponsável”.
As declarações do líder do governo na Assembléia Legislativa acontece 24h depois da sessão ter acontecido e dos deputados ausentes terem sido duramente criticados pela imprensa paraibana por não terem comparecido ao debate. Dos 36 parlamentares que compõem a atual legislatura na Casa de Epitácio Pessoa, apenas quatro compareceram ao debate que discutia justamente o papel do poder legislativo no país, as possíveis falhas nos parlamentos brasileiros, e a obscuridade e a lentidão dos trabalhos legislativos.
Mesmo sem ter participado do encontro, Ricardo Barbosa disse que como deputado estadual se sentiu ofendido pelas declarações do professor e presidente da ONG. “Ele não pode chegar aqui nesta casa e soltar insinuações contra nós deputados, colocando em dúvida nossa qualidade e nosso trabalho”, destacou se dizendo “revoltado”.
Outro parlamentar que se exaltou com a fala de Cláudio Abramo foi o deputado Pedro Medeiros (PSDB), outro que não esteve presente à sessão. Ele disse que o jornalista foi infeliz e tentou manchar a honra e a imagem dos parlamentares paraibanos. Em determinado momento, ele chegou a declarar que se fosse o presidente da sessão expulsaria do plenário o presidente da Transparência Brasil.
“Comigo não teria conversa. Se fosse eu o presidente da sessão ele seria expulso imediatamente da sessão. Ele não pode chegar aqui e nos ofender, e é por isso que ele não permaneceria nesta Casa depois de falar o que falou”, frisou.
O contraponto veio a partir da intervenção da deputada estadual Iraê Lucena (PMDB), que garantiu não ter tido desrespeito por parte do jornalista Cláudio Abramo. “O presidente da Transparência Brasil é um homem sério e respeitado em todo o Brasil. Ele apenas tem uma postura sempre muito crítica e combativa, e apenas deu sua opinião sobre as casas legislativas brasileiras. Ninguém é obrigado a concordar, e para isto poderiam ter usado o espaço para discordar”, opinou.
Sobre as reclamações de que ela teria escolhida uma “data ruim” para realizar a sessão especial, ela citou o estatuto interno da Casa. “Não fiz nada mais do que manda o estatuto, que limita para as segundas e sextas a realização das sessões especiais”, concluiu.
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