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POLÍTICA

Barreto questiona contas de campanha em 2008; Ricardo rebate

Durante entrevista, Francisco Barreto diz que vai denunciar o prefeito Ricardo Coutinho por irregularidades em contas de campanha. Ricardo contra-ataca: "Ele é um pau mandado".

Publicado em 30/03/2010 às 13:35

Karolline Zilah e Phelipe Caldas

O ex-secretário de Administração da Prefeitura de João Pessoa, Francisco Barreto, que hoje é um dos maiores críticos do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) e que em 2008 concorreu à Prefeitura contra ele, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira (30) para apresentar documentos que questionam a prestação de contas apresentada pelo prefeito e aprovada pela Justiça Eleitoral em sua última campanha. Ricardo, por sua vez, rebate em tom duro. Diz que Barreto é “pau-mandado” do Governo da Paraíba e diz que não vai perder tempo com que não tem credibilidade.

Barreto anunciou que iria encaminhar uma série de documentos ao Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Polícia Federal para que sejam investigadas suspeitas de fraude em assinaturas de recibos, irregularidades na arrecadação de doações, abuso de poder econômico e até estelionato. As contas foram todas aprovadas, mas, segundo Barreto, isso não impede que os documentos sejam revistos pela Justiça Eleitoral.

“Vamos pedir que o MPF faça uma averiguação do conjunto de despesas diante de um quadro claríssimo de que estes gastos de campanha não correspondam à realidade”, comentou.

Seu principal argumento é de que “Ricardo foi um candidato econômico” e que isso levanta suspeitas. Ele fez declarações apresentando uma pilha de documentos que chegaram em uma sacola do Governo do Estado à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção paraibana, em João Pessoa.

Ele criticou, por exemplo, o fato de o prefeito ter relatado na prestação de contas que não teve nenhum custo com implantação de comitês, encargos sociais, comícios, pesquisas eleitorais e publicidade com carros de som, jornais e revistas.

Além disso, os recursos que custearam os gastos, segundo Barreto, teriam origem duvidosa, a começar pelos recibos eleitorais, onde não constariam assinaturas dos doadores, levantando a hipótese de que seriam doadores “fantasmas”. Em outros, ele diz acreditar que há assinaturas falsificadas do ex-deputado estadual Gilvan Freire (PMDB).

Barreto foi questionado pelos jornalistas se via irregularidades enquanto era secretário de Administração. Ele respondeu que ficou no cargo até 2005 e que a manipulação de informações e valores teria começado em 2008 no “submundo financeiro da Prefeitura”, tendo em vista a campanha de reeleição do prefeito.

O prefeito Ricardo Coutinho se defende logo de cara partindo para o ataque contra Francisco Barreto, que é classificado pelo chefe do executivo municipal como um “cidadão que foi afastado da Prefeitura por causa de improbidade administrativa, quando deu dinheiro e comissões a amigos sem a autorização do prefeito”.

Ricardo destaca também que todas as “ilações não provadas” pelos acusadores serão questionadas na Justiça, para que quem quer que seja tenha a oportunidade de comprovar o que diz. “Barreto mais uma vez chega atrasado. Fala o que quer e não apresenta nada concreto. Ele será mais uma vez desmoralizado na Justiça”, dispara.

Por fim, o prefeito socialista diz que estas denúncias fazem parte de mais uma estratégia do atual governador José Maranhão (PMDB) para tentar tumultuar sua renúncia da Prefeitura para disputar o Governo e a série de inaugurações feitas por ele nesta reta final. “As denúncias não vão dar em nada, porque minha imagem é muito mais forte do que este tipo de besteira. Minha imagem vai continuar intática, porque se existe um político que não dá trabalho à justiça eleitoral, este sou eu”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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