POLÍTICA
Bolsonaro é transferido de hospital e deve ficar uma semana fora da campanha
Presidenciável foi atacado com uma faca em evento de campanha em Minas Gerais.
Publicado em 07/09/2018 às 8:50 | Atualizado em 07/09/2018 às 12:45
O candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, foi será transferido da Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo na manhã desta sexta-feira (7). Segundo informações da TV Globo, a decisão sobre a transferência foi tomada pela família de Bolsonaro. O presidenciável sofreu um atentado à faca durante um evento de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (6).
A cúpula do Einstein considerou que a transferência correu bem. Os principais riscos que serão monitorados são pneumonia (pois o candidato ficou muito tempo em choque e perdeu cerca de 2 litros de sangue) e infecção (por causa do vazamento de massa fecal na cavidade abdominal).
Segundo boletim do Albert Einstein, assinado pelo diretor superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo, Bolsonaro “passará por exames e uma avaliação médica realizada por equipe multidisciplinar”.
"De molho"
O prognóstico do médico responsável pela cirurgia de emergência feita em Bolsonaro na Santa Casa de Juiz de Fora é que ele deve ficar internado por pelo menos uma semana. “O que podemos falar é que a recuperação tem sido satisfatória na UTI. Mas não temos previsão do tempo de hospitalização, deve levar pelo menos de uma semana a 10 dias”, disse um dos médicos envolvidos no procedimento, Luiz Henrique Borsatto, em entrevista coletiva.
Logo após o ataque, no meio da tarde, o presidenciável foi levado diretamente para a Santa Casa. Segundo o médico Gláucio Souza, Bolsonaro chegou ao hospital em estado “muito grave” com pressão “muito baixa”. “Felizmente conseguimos conter a hemorragia a tempo”, relatou o profissional.
Com o golpe, Bolsonaro teve uma lesão em uma veia no abdômen, três perfurações no intestino delgado, uma lesão grave no intestino grosso e uma lesão transfixante grande. “Nós optamos por fazer uma ressecção do segmento e confeccionamos uma colostomia. Fizemos essa conduta dada a gravidade do paciente, e as lesões graves foram identificadas e tratadas durante a cirurgia”, afirmou Souza.
Vídeo de Bolsonaro
Em um vídeo gravado na Santa Casa de Juiz de Fora (MG), e divulgado nas redes sociais do senador Magno Malta, Bolsonaro aparece falando pela primeira vez após o ataque. Ele diz que nunca fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral. "Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém", afirma.
https://www.facebook.com/magnomalta/videos/1667236303402272/
O filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, também usou as redes sociais para tranquilizar os eleitores sobre o estado de saúde do pai. "Obrigado a todos que oraram, rezaram ou que de alguma maneira pensaram positivamente pela vida de meu pai. De fato nós estamos colocando o nosso "na reta" por vocês e tenho a certeza que vai valer a pena! Obrigado a todas as ligações que recebi, mesmo sem ter podido atender a maioria delas por razões óbvias. Parece que corri uma maratona, vou tentar dormir, mas o susto foi imenso. Obrigado Senhor, os médicos disseram que foi por 1 milímetro que não pegou uma veia cava, que foi também por 5 minutos que ele não faleceu, portanto agradeço aos amigos da PF, colegas das polícias e apoiadores que fizeram de tudo para que ele fosse o mais rápido possível levado para o hospital, esse esforço é impagável. Esperamos que o quadro evolua bem, mas seguimos atentos acompanhando de perto e pedindo mais orações", desabafou, em seu perfil no Facebook.
https://www.facebook.com/bolsonaro.enb/videos/281436769250182/
Acusado preso
Em nota, a Polícia Federal confirmou que um suspeito da agressão, Adélio Bispo de Oliveira. Solteiro e natural de Montes Claros, Adelio completou 40 anos em maio e está em Juiz de Fora há pouco tempo, em busca de trabalho. De acordo com sua defesa, atualmente ele trabalhava como garçom.
Adélio foi preso em flagrante e conduzido à superintendência da corporação. Vai ser instaurado inquérito para investigar o ocorrido. Segundo informações da Polícia Militar, o suspeito foi espancado.
O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse ao G1 que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.
Atualizada às 12h30.
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