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POLÍTICA

Brasileiros precisam agir diante do risco, afirma Mailson da Nóbrega sobre descontrole fiscal

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Paraíba, ex-ministro disse que a 'crise' pode ser oportunidade para despertar interesse social

Publicado em 12/06/2025 às 15:40 | Atualizado em 13/06/2025 às 0:42


				
					Brasileiros precisam agir diante do risco, afirma Mailson da Nóbrega sobre descontrole fiscal
Ex-ministro Mailson da Nóbrega fala sobre riscos de descontrole fiscal. Youtube / Felipe Nunes

O ex-ministro da Fazenda, o economista paraibano Mailson da Nóbrega, disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Paraíba, que o aumento de gastos obrigatórios do Governo Federal pode 'inviabilizar' a administração do país. “Os brasileiros precisam se assenhorarem do risco”, afirmou.

Na avaliação dele, o principal problema da economia são as despesas obrigatórias, além dos entraves que impedem o desenvolvimento e a falta de coragem de autoridades para implementarem uma redução dos gastos. “Está na cara que vai dar errado, por isso estamos vendo a redução ou encurtamento do orçamento para áreas essenciais”, disse.

Mailson lembrou que, atualmente, 96% dos gastos primários têm natureza obrigatória, como Previdência Social, funcionalismo, além de despesas com saúde, educação e programas sociais, o que pode inviabilizar a destinação de recursos para outras áreas essenciais já no próximo governo.

“Em 2027, todo o espaço do Governo Federal será ocupado por gastos obrigatórios, então não vai sobrar espaço para nada, fica inviável. Isso tudo leva o Brasil a uma crise financeira”, disse. Na avaliação de Mailson, apenas o ajuste fiscal não seria a solução, já que o país precisa diminuir as despesas obrigatórias.

Mesmo tendo perfil desenvolvimentista, o ex-ministro reconhece que fazer cortes não é medida fácil e entende que o agravamento de uma crise poderá fazer com que todos compreendam a necessidade de conter os gastos de forma estrutural e eficiente. “Cortar programas sociais é politicamente sensível”, disse.

Capitalizar na crise

Mailson da Nóbrega citou a 'estagnação' da transição econômica brasileira como sinal de que os rumos não são bons, já que parte da população brasileira 'estagnou' socialmente depois de ter alcançado a chamada renda média. Isso ocorre, segundo ele, em razão de erros na condução do país.

“Por que? Porque a etapa seguinte ela depende, essencialmente, da tecnologia, da invoação, da convicção de que você tem um equilíbrio macroeconômico sólido. E isso depende de um conjunto de fatores, como educação de qualidade, infraestturura adequada, ambiente de negócios seguro e segurança jurídica”, afirmou.

Na opinião de Mailson, se o despertar social não acontecer agora, a crise poderá ser o momento de, 'enfim', mobilizar a sociedade em torno de reformas que de outra maneira, seriam bloqueadas.

Ele citou como exemplo a 'receptividade' da população para reformas que ocorreram em outro momento difícil da vida brasileira: no início da ditadura militar, com a criação do Banco Central e a implementação de reformas administrativa e tributária.

Para o economista paraibano, além da insustentabilidade fiscal, é preciso um olhar para a redução da produtividade do país.

“Quando isso virar um pânico, a bolsa despencar, os juros futuros subirem e as pessoas ficarem preocupadas com seu emprego, as pessoas vão entender que o Brasil tem futuro, mas tem que consertar [a economia)", disse.

Veja trecho da entrevista a seguir

O debate sobre o orçamento acontece em Brasília. No momento, com divergências entre o Poder Executivo, que busca aumentar suas receitas, e o Poder Legislativo, que cobra corte de gastos mas não tem demonstrado interesse em reduzir as próprias despesas.

Nesta quarta (11), o Governo Federal publicou um novo pacote de medidas tributárias para substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado em maio. Entre as medidas, está a cobrança de 5% de Imposto de Renda em títulos públicos (LCI e LCA), no momento do resgate. Setores do mercado produtivo reagiram mal às novas medidas arrecadatórias.

Imagem

Felipe Nunes

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