POLÍTICA
Calouros se aventuram por vagas de vereador
Na calourada, encontram-se tipos com os quais o eleitorado paraibano não está acostumado, como humoristas e artistas.
Publicado em 23/09/2012 às 15:30
Profissionais das mais diversas áreas abandonam suas carreiras para tentar uma vaga de vereador. Nas eleições deste ano a Paraíba tem 10.541 concorrentes. Com exceção dos 970 vereadores que tentam reeleição, a maioria está deixando a profissão de lado para embarcar na disputa.
Grande parte dos candidatos é composta por pessoas que confiam na popularidade conquistada pela profissão para se arriscar numa campanha, como servidores públicos (880 postulantes), comerciantes (768), empresários (349), motoristas (291). Outros parecem querer uma nova ocupação. É o caso dos agricultores (1.969), donas de casa (400), aposentados (226). Mas é na lista dos autodenominados ‘outros’ onde estão os mais exóticos.
Personagens caricatos que provocam o riso; profissionais dispostos a abandonar a carreira em troca do cargo de vereador; idealistas insatisfeitos; cidadãos aparentemente comprometidos e até aqueles que estão se aventurando ao entrar na disputa. Isso é apenas uma amostra do que os eleitores têm visto nas primeiras semanas de propaganda eleitoral gratuita no rádio, televisão e, principalmente, nas ruas.
No show de calouros da disputa eleitoral vale de tudo: cantar, saracotear, declamar poesia. Em meio a tantos candidatos e com poucos segundos para se apresentar ao público, especialmente na mídia, “muitos procuram um diferencial e acabam se perdendo naquilo que é essencial para o eleitor comprometido com a política: reconhecer aquele candidato como um bom representante no parlamento”, comenta o cientista político Ítalo Fitipalddi.
Na competição por uma vaga, a cantoria não é adotada apenas em jingles de campanhas, mas por muitos candidatos. Para as eleições deste ano no Estado, 22 candidatos a vereador se declararam músicos, mas o número dos que arriscam ao menos uns versinhos entoados é ainda maior.
O cantor Cicinho Lima (PSDB), embora seja conhecido do público, fez questão de trazer ao guia eleitoral o seu pai, Pinto do Acordeon. Juntos eles entoam as propostas de campanha e pedem votos, acompanhados da sanfona. Os candidatos Roberto Tuaregs e Lis Albuquerque (PMDB) adotaram a mesma estratégia. Entre os artistas da música que arriscam uma vaga na Câmara estão, ainda, Eudes Barbosa, que se limitou no guia a pedir votos aos pagodeiros, e o cantor e compositor Fuba (PT).
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