POLÍTICA
Camaleões na escolha das cores partidárias
Senador José Maranhão (PMDB) costuma ressaltar que no Brasil não existe partido ideológico, mas programático.
Publicado em 27/09/2015 às 8:00
Com a aproximação do final do prazo para a troca de partidos com vistas às eleições do próximo ano, intensifica-se o troca-troca de siglas partidárias, e a fidelidade é deixada de lado. O senador José Maranhão (PMDB) costuma ressaltar que no Brasil não existe partido ideológico, mas programático. Nessa perspectiva, pode-se acrescentar que os políticos agem de forma pragmática para manter ou conquistar mandatos, ignorando a fidelidade partidária.
Em 61 anos de vida pública, Maranhão disputou 15 eleições. Os primeiros mandatos foram conquistados no PTB, mas depois ele ingressou no MDB, legenda que se transformou no período da redemocratização em PMDB e nunca mais deixou a legenda. Outro decano da política é o ex-governador Wilson Braga, que se filiou recentemente ao PDT e se credenciou para concorrer a vereador de João Pessoa. Diferentemente de Maranhão, Braga ao longo de 61 anos de vida pública disputou 17 eleições. Do primeiro escalão da política, ele é o campeão em troca de legendas: 14 vezes.
A primeira eleição de Wilson Braga foi para deputado estadual em 1954, sendo vencedor com 2.916 sufrágios pela UDN. Quatro anos depois, ele concorreu à reeleição, mas não conseguiu êxito. Todavia, no meio da legislatura, ascendeu para a Assembleia em virtude da morte do deputado Américo Maia de Vasconcelos. Em 1962, Wilson se elegeu para deputado estadual pelo PSD. Quatro anos depois, entrou na Arena e chegou à Câmara dos Deputados, sendo reeleito em 1970, 1974 e 1978. Em 1982, já filiado ao PDS, chegou ao Palácio da Redenção no confronto com Antonio Mariz (já falecido). Em 1986, Braga disputou pelo PPR o cargo de senador, mas perdeu. Os eleitos foram Humberto Lucena (já falecido) e Raimundo Lira. Wilson voltou à cena política em 1988, sendo eleito prefeito de João Pessoa pelo PFL. O próximo passo foi tentar retornar ao Executivo estadual, enfrentando nas urnas Ronaldo Cunha Lima, em 1990. Filiado ao PDT, Braga ganhou o primeiro turno. No entanto, perdeu o segundo. Ainda pelo PDT, em 1994, Wilson foi eleito deputado federal. Quatro anos depois, renovou o mandato pelo PSDB. Já em 2002, disputou o cargo de senador pelo PFL e perdeu. Em 2006, conquistou o mandato de deputado estadual pelo PMDB. Na mesma legislatura, migrou para o PSD, depois para o PEN e PV. Hoje, ele está no PDT.
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