POLÍTICA
Câmara de Santa Rita elege dois vereadores para a presidência
Vereadores fizeram cerimônias diferentes e elegeram dois líderes. Um deles alega que posse de Marcus Odilon é ilegal e quer vereador Ednaldo Pereira (PR) no Executivo.
Publicado em 02/01/2009 às 7:11
Karoline Zilah
Com Beth Torres
O caso da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santa Rita vai parar na Justiça: agora a cidade tem dois vereadores eleitos presidentes da Câmara. O impasse teve início logo na madrugada da quinta-feira (1º), quando estava marcada a posse e a eleição da mesa da Casa.
O compromisso não foi cumprido, fazendo com que sete dos 11 vereadores se reunissem pela manhã e improvisassem um ritual de posse, fazendo também a escolha de seu novo presidente. No final da tarde, aqueles que não haviam participado da primeira solenidade declararam que o evento era ilegal e realizaram uma segunda eleição.
O vereador Ednaldo Pereira (PR), que havia sido eleito presidente na primeira sessão, compareceu ao segundo encontro mas se absteve da votação, dizendo que vai recorrer na Justiça. No novo pleito para a administração da Câmara, o eleito foi o José Paulo Viturino (PTB). Ele declarou que a sessão realizada pela manhã não teria seguido o regimento interno e, portanto, não teria efeito legal. Para ele, uma prova disso seria a presença de todos os vereadores na sessão formal que teve início no final da tarde.
Agora, cabe à Justiça decidir qual das Mesas Diretoras eleitas assumirá o Legislativo municipal pelos próximos dois anos. O vereador Otávio Bernardino afirmou que a posse de Marcus Odilon não tem validade e que ainda hoje será impetrada uma ação cautelar para que o presidente da Câmara, vereador Ednaldo Pereira, assuma o posto de prefeito, até que o gestor municipal seja realmente empossado.
Entenda o caso
Na manhã de ontem, os vereadores Adones Júnior (PMDB), Ednaldo Pereira (PR), José Paulo Viturino (PTB), Djalma Bento (PR), Edson Severino (PHS), Juvenaldo Cavalcanti (PTB) e Otávio Bernardino (PPS) tentaram realizar a sessão na Câmara dos Vereadores, que estava com a porta trancada por um cadeado. De acordo com eles, o regimento interno da Casa afirma que a posse deve ser realizada até as 10h do dia 1º de janeiro.
Realizaram então a sessão extraordinária no Centro Estudantil e elegeram como presidente, em uma chapa de consenso, Ednaldo Pereira. Eles afirmaram que o “sumiço” dos quatro parlamentares foi um “golpe” para que o prefeito conseguisse colocar na direção da Câmara os vereadores ligados a ele. A sessão foi presidida pelo vereador mais votado entre os que estavam presentes, sendo ele Adones Júnior. Quatro cadeiras ficaram vazias, representando os parlamentares que não compareceram.
De acordo com o presidente eleito por esse bloco, prefeito e vereadores teriam um prazo de dez dias para serem empossados, enquanto isso não ocorre, ele deveria assumir a vaga de prefeito. Já na noite de ontem, uma nova sessão foi realizada. Dessa vez, o vereador José Paulo Viturino, que também participou da sessão realizada pela manhã, acabou sendo eleito presidente pelo bloco de vereadores que é mais ligado ao prefeito. Nessa solenidade, o gestor municipal reeleito, Marcus Odilon, teria sido empossado.
O vereador Otávio Bernardino disse que a sessão para empossar o prefeito estava marcada para as 18h, mas quando o bloco que integra chegou à Câmara Municipal, já encontrou aberta uma sessão extraordinária para a eleição de uma nova Mesa Diretora. “O circo já estava todo armado e nós tivemos que nos retirar da sessão, sem empossar o prefeito”, destacou. Ele afirmou que o vereador José Paulo Viturino traiu o bloco para se tornar presidente do Legislativo municipal.
Comentários