POLÍTICA
Câmara dos Deputados aprova pedido de impeachment de Dilma
Com a votação, processo avança para o Senado, que vai decidir se a presidente será julgada por crime de responsabilidade. Voto decisivo veio de Pernambuco.
Publicado em 17/04/2016 às 23:09
Após mais de quatro horas de votação, a Câmara dos Deputados aprovou na noite deste domingo (17) o parecer a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O voto decisivo foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). A votação foi encerrada com 367 votos favoráveis, 137 contrários, sete abstenções e duas ausências. O processo de impedimento agora segue para o Senado Federal, que vai decidir se a presidente será julgada por crime de responsabilidade.
A sessão da Câmara foi aberta pontualmente às 14 horas. Logo no começo, o relator do processo na Comissão Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), teve 25 minutos para reapresentar os pontos principais do seu parecer, favorável ao impedimento de Dilma. Após a apresentação, os 25 líderes de partidos com representação na Casa tiveram direito a falar e orientar suas bancadas. A votação começou pouco antes das 18h, com chamada alternada de deputados da Região Norte para a Sul.
O destino da presidente Dilma foi decidido durante a votação dos deputados de Pernambuco. O 342º voto a favor do impedimento, o equivalente a dois terços da Câmara, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). “ Quanta honra o destino me reservou, de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros”, disse o parlamentar antes de dizer sim ao impeachment. A votação foi decidida pouco depois das 23h .
A bancada da Paraíba, que votou antes de Pernambuco, ficou majoritariamente favorável ao impeachment. Dos 12 parlamentares, nove votaram pela admissibilidade do processo.
A discussão do parecer sobre a abertura de processo de impeachment de Dilma, que antecedeu a sessão de hoje, começou na última sexta-feira (15), durou mais de 43 horas ininterruptas e se tornou a mais longa da história da Câmara dos Deputados.
Processo
Antes de chegar ao plenário, na Comissão Especial do Impeachment, o relatório de Jovair Arantes pela admissibilidade do processo foi aprovado com placar de 38 votos favoráveis e 27 contrários. O pedido de impeachment, assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo, foi recebido por Cunha em dezembro de 2015.
O pedido teve como base o argumento de que Dilma cometeu crime de responsabilidade por causa do atraso nos repasses a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, que ficaram conhecidos como pedaladas fiscais. Os autores do pedido também citaram a abertura de créditos suplementares ao Orçamento sem autorização do Congresso Nacional como motivo para o afastamento da presidente.
(Atualizada às 23h59h)
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