POLÍTICA
Câmara Municipal de Bayeux julga cassação de Berg Lima; sessão acontece em meio a confusão
Sessão começou com duas horas de atraso, manifestantes tentaram invadir Câmara e PM precisou atirar.
Publicado em 29/12/2017 às 8:52 | Atualizado em 29/12/2017 às 15:13
A Câmara Municipal de Bayeux decide nesta sexta-feira (29) se cassa ou não o mandato do prefeito afastado Berg Lima (sem partido). Acusado de quebra de decoro, por supostamente ter recebido propina de um empresário,o gestor tem a seu favor a decisão da Comissão Processante que opinou pelo arquivamento do processo. Desde cedo a população da cidade se aglomerou em frente à Câmara para acompanhar o julgamento e foi registrado um princípio de confusão entre apoiadores e as pessoas que são contra ele e a Polícia Militar precisou intervir. Uma pessoa chegou a ser detida. (A sessão pode ser acompanhada no vídeo abaixo)
Após a confusão, a entrada dos manifestantes na Câmara foi liberada. A maioria das pessoas que tiveram acesso ao prédio são apoiadoras do prefeito afastado. Nas galerias do Legislativo, o grupo levantou faixas contra o prefeito interino Luiz Antônio (PSDB).
O vereador Lico (PSB) tentou explicar a organização para que as pessoas entrassem na Casa. "O pessoal reivindicou a entrada, eu disse: entra por ordem de chegada. Entraram sete pessoas, aí depois reivindicaram para colocar meio a meio e isso foi feito. Eu não tenho como identificar quem é e quem não é [de um lado ou de outro]. Se tinha mais pessoal de Berg, aí não é problema meu", declarou.
Marcada para 8h30, a sessão começou com quase duas horas de atraso. Pouco antes do começo, foi registrado mais tumulto, com manifestantes tentando invadir o prédio da Câmara Municipal. A Polícia Militar precisou atirar para cima para conter a confusão.
Comissão vota por arquivamento
Na Comissão Processante, os vereadores votaram pelo arquivamento da acusação contra Berg Lima. Os vereadores entederam que o empresário José Paulino de Assis, que gravou o vídeo com o prefeito e emtregou o dinheiro a ele, entrou em contradição quando foi ouvido. A defesa de Berg alega que o dinheiro era pagamento de um empréstimo e não propina.
Votaram pelo arquivamento a relatora do processo, vereadora Francineide Souza (Podemos), e o presidente da Comissão, o vereador Jefferson Kita (PSB) Já a vereadora Dedeta (PSD) votou pela cassação do gestor.
No entanto, a decisão final é do plenário da Câmara. A cassação só pode acontecer se a maioria qualificada dos vereadores, 12 votos, votar neste sentido. O Legislativo de Bayeux tem 17 integrantes, o que quer dizer que se Berg conseguir seis votos a seu favor, escapa de perder o mandato.
Levando em conta que os integrantes da Comissão devem repetir os posicionamentos, o prefeito afastado já contabiliza como seus os votos de Kita e França, e o de Dedeta como contrário. Um outro voto pela cassação deve ser o do vereador Adriano Martins (PMDB), que é o autor do processo.
Berg Lima está confiante
“[O prefeito Berg Lima] está confiante, pois sabe que é inocente e que os vereadores são pessoas honradas que julgarão conforme as provas do processo”, afirmou o advogado Raoni Vita, que representa o político no processo. “O parecer da Comissão Processante é extremamente contundente e esperamos que seja seguido pela maioria do Plenário”, completou.
Além de responder administrativamente na Câmara, Berg também é alvo de uma ação penal no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). As duas situações foram provocadas pelo vídeo em que ela aparece recebendo dinheiro do empresário. As imagens também resultaram na prisão do prefeito por cerca de cinco meses. Desde o flagrante ele está afastado da administração municipal.
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