POLÍTICA
Candidatos à PGJ dizem que Janete Ismael fere a democracia
Apenas três dos seis candidatos à Procuradoria-Geral de Justiça participaram do debate que a Rede Paraíba Sat realizou na tarde desta quinta-feira.
Publicado em 23/07/2009 às 15:21
Phelipe Caldas
Apenas três dos seis candidatos à Procuradoria-Geral de Justiça participaram do debate que a Rede Paraíba Sat realizou na tarde desta quinta-feira (23) e discutiram suas propostas para o Ministério Público da Paraíba. Como todos eram da chapa de oposição a procuradora-geral Janete Ismael, o debate acabou se concentrando em críticas à atual gestão, à tentativa frustrada de iniciativa da procuradora-geral em proibir que promotores se candidatassem ao cargo e na ausência da chapa adversária. Eles disseram que Janete entrava na história da instituição, pela gestão anti-democrática que realizava.
Estiveram presentes ao debate os promotores João Arlindo Corrêa Neto e Oswaldo Trigueiro do Valle Filho e o procurador Nelson Antônio Cavalcante Lemos, todos da chapa "Compromisso com a Democracia”. Eles disseram que os integrantes da chapa "MP Forte e Respeitado" seguiam a atual procuradora-geral e “feriam de morte a democracia” quando simplesmente não compareciam ao debate.
O promotor João Arlindo, por exemplo, disse que a reunião do Colegiado dos Procuradores, que deu início ao processo que tentou excluir os promotores do pleito, foi realizada no dia 30 de março, mas que ela deveria ter acontecido um dia depois. “Este absurdo deveria ter sido realizado no dia 31 de março, porque seria no mesmo dia do golpe militar de 1964”, destacou.
Ele lembrou que não existe hierarquia entre procuradores e promotores e disse que era um absurdo de Janete Ismael pensar o contrário.
O promotor Oswaldo Trigueiro Filho seguiu a mesma linha e disse que foi criado um Comitê Permanente em Defesa da Democracia, para que assim toda a categoria ficasse vigilante e evitasse que absurdos parecidos fossem arquitetados no futuro. “A luta não é sazonal, é permanente”, revelou.
Ele citou nominalmente o promotor Cláudio Cavalcanti, integrante da chapa adversária e que mesmo sendo promotor apoiou a ideia deles não poderem ser candidatos. “Fico impressionado como a chapa adversária, que foi contra os promotores, vir agora pedir voto aos mesmos promotores”, destacou.
Oswaldo foi além e ironizou. "Janete Ismael vai entrar na história da PGJ, porque ela foi a procuradora-geral que mais atentou contra a democracia da instituição", disparou.
Já o procurador Nelson Lemos, classificou de “excrescência” a atitude patrocinada por Janete Ismael e disse que foi legítima a mobilização dos promotores em ir a Assembleia Legislativa para barrar o projeto. Ele lamentou também que os procuradores Antônio de Pádua e José Raimundo de Lima, componentes da outra chapa, tenham votado contra os promotores sem nem mesmo dar uma justificativa. “Foi um lacônico e lamentável não”, frisou. “Três pessoas que se dizem democráticas simplesmente não compareceram ao debate”, completou.
A eleição para a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) do Ministério Público acontece na próxima segunda-feira (27), das 8h às 16h, e 201 promotores e 19 procuradores estão aptos para votar. Os três primeiros colocados do pleito comporão a lista tríplice que vai para o governador José Maranhão (PMDB), que escolherá dentre eles o novo procurador-geral.
É importante lembrar que os candidatos da chapa MP Forte e Respeitado foram convidados para o debate, mas eles não compareceram. As cadeiras de Cláudio Cavalcanti, Antônio de Pádua e José Raimundo de Lima ficaram vazias.
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