POLÍTICA
Candidatos à prefeitura de JP defendem estatização do transporte coletivo
Propostas incluem investimento de 2% do PIB para o transporte público estatal.
Publicado em 13/10/2020 às 0:01 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:58
Dois dos candidatos da esquerda à Prefeitura Municipal de João Pessoa estão defendendo, em suas propostas de governo, a estatização do transporte coletivo na capital paraibana, uma proposta que remonta alguns pessoenses ao Serviço Estadual de Transporte Urbano (Setusa), que atuou na Paraíba entre os anos de 1988 e 1996. São eles o candidato Rafael Freire, da Unidade Popular para João Pessoa (UP), e a candidata Rama Dantas, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). As propostas dos dois candidatos, no entanto, possuem algumas diferenças.
Para a candidata Rama Dantas, do PSTU, seu grande projeto é garantir tarifa zero para desempregados e estudantes. “É inadmissível a situação que a gente tem hoje, com tarifas caríssimas, com uma quantidade precária de ônibus e bairros distantes que não são servidos de forma digna”, destacou.
Segundo ela, como proposta emergencial do programa está prevista a criação de uma empresa municipal de transportes urbanos, de forma que, a partir de conselhos populares será definido de que forma será organizada a gestão para que, ao fim de seu mandato, se tenha de fato a estatização do transporte coletivo, como está proposto em seu programa de governo, que prevê também o “investimento de 2% do PIB para o transporte público estatal e de qualidade”.
Já o candidato Rafael Freire, da Unidade Popular para João Pessoa, apresenta em sua proposta de governo a criação de “uma empresa pública municipal de transporte coletivo visando, até o final da gestão, que esta represente toda a frota de ônibus da capital”. Segundo Rafael Freire, essa empresa teria como meta inicial a ampliação da frota de ônibus para suprir as demandas existentes atualmente no transporte coletivo, que foram potencializadas pela pandemia, exigindo também que haja espaço para a segurança sanitária dentro dos ônibus.
“A princípio, diminuiríamos a passagem em cerca de 20%, passando de R$ 4,15 para aproximadamente R$ 3,30. Essa é a média de lucro de qualquer grande empresa e, como se trata de uma empresa municipal pública, que não teria o objetivo de lucrar, ela poderia abrir mão desses 20% e economizar no bolso do usuário. Já o objetivo a médio prazo, que seria o objetivo final da gestão, é garantir que essa empresa dispute o mercado com as empresas privadas”, explicou.
O prefeitável, por sua vez, destacou que é contra a tarifa zero de imediato, o que ele considera uma proposta populista. “Se todas as empresas forem privadas, a tarifa zero geral representa a transferência de recurso público direto para o cofre das empresas e o que nós propomos é que o próprio sistema tenha que se retroalimentar, com as passagens inicialmente a R$ 3,30”, detalhou.
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