POLÍTICA
Cássio acusa Dilma de fugir das respostas sobre os crimes de responsabilidade
Ela se emocionou quando tentava rebater as acusações do líder do PSDB.
Publicado em 29/08/2016 às 19:22
Dilma voltou a responsabilizar o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo processo que está sofrendo. Ao ouvir do líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB) que o processo nasceu nas ruas e não na Câmara a presidenta retrucou.
“Estou dizendo que é um golpe parlamentar. Não concordo que o processo veio das ruas de forma espontânea. Tratava-se de uma chantagem explícita do senhor Eduardo Cunha”, afirmou.
Durante todo o depoimento, a presidenta exemplificou situações em que seu governo teria sido sabotado na Câmara. Segundo ela, as chamadas pautas-bombas e a falta de funcionamento das comissões permanentes da Casa foram formas utilizadas para prejudicar o funcionamento do governo e propiciar o processo de impeachment.
“Deve ser também ressaltado que a busca de reequilíbrio fiscal desde 2015 encontrou forte resistência na Câmara dos Deputados, à época presidida pelo deputado Eduardo Cunha. Os projetos enviados pelo governo foram rejeitados parcial ou integralmente, pautas-bombas foram apresentadas e algumas aprovadas. As comissões permanentes da Câmara, em 2016, só funcionaram a partir do dia 5 de maio, ou seja, uma semana antes da aceitação do processo de impeachment pela comissão do Senado”, acrescentou Dilma.
Script
Apesar do esforço de Dilma para mostrar que foi vítima de um complô contra seu governo, o líder tucano a acusou de fugir das respostas objetivas sobre os crimes de responsabilidade que estão em pauta. Para Cunha Lima, a presidenta compareceu ao Senado com um script pronto para todas as perguntas. Dilma se emocionou e ficou com a voz embargada quando tentava rebater as acusações do tucano.
“O que estamos vendo aqui hoje é um espetáculo político e não uma defesa. Com a máxima vênia, vossa excelência não responde às perguntas. Tem um script pronto. Tanto faz se a pergunta é sobre pedaladas fiscais ou sobre decretos, a resposta é a mesma. E creia que justificativas e desculpas em torno de crises internacionais – que foram chamadas no passado de marolinhas – não funcionam como defesa”, concluiu o líder.
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