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POLÍTICA

Cássio diz que chegou a hora de ouvir a Paraíba

Executiva estadual orientou filiados a entregarem cargos no Estado.

Publicado em 25/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:33

“A partir de agora eu passo a admitir a possibilidade da minha candidatura ao governo do Estado”. O pronunciamento do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), ocorrido na manhã de ontem, reforça a tese defendida por alguns tucanos de um possível rompimento da aliança entre o seu partido e o PSB, do governador Ricardo Coutinho.

A oficialização do rompimento e o anúncio da candidatura própria devem acontecer entre 20 e 30 dias, quando será concluída uma consulta com os filiados do partido e com a população paraibana. Por enquanto, a Executiva estadual foi unânime ao recomendar que os filiados entreguem os cargos que ocupam na gestão do governador Ricardo Coutinho (PSB), seja no primeiro ou segundo escalão.

“Chegou a hora, depois de todas as manifestações apresentadas nos últimos meses, pesquisas de opinião, chegou o momento de ouvir o povo da Paraíba, que tem a soberania do voto e que pode impor a sua vontade”, frisou Cássio Cunha Lima. A consulta terá início após o Carnaval e vai acontecer através de pesquisas e reuniões nos diretórios regionais do partido, com base em um calendário que será estabelecido posteriormente.

Para enfatizar que o posicionamento por candidatura própria será anunciado somente após consulta popular, o senador citou seu pai, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima, que se utilizou da mesma estratégia para disputar o governo do Estado através da decisão da população. A deliberação para que os filiados deixem os cargos que ocupam no governo do Estado tem a intenção de deixar o PSDB mais 'à vontade' para realizar as consultas.

“Em 2010, fizemos a aliança com o PSB em cima de uma carta compromisso, de intenções. Eu não tinha uma convivência prévia com o governador Ricardo Coutinho. Três anos e três meses, praticamente, do início do mandato, não se apontará uma só manifestação da minha parte, um único gesto que não tenha sido de contribuição, para que o governo pudesse ter bons resultados”, avaliou Cássio. Sobre sua elegibilidade, com base na Lei da Ficha Limpa, o senador Cássio Cunha Lima adiantou que ao admitir sua candidatura, também admite sua elegibilidade. “A consulta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pode ser feita, não vejo problemas nisso”, disse Cássio.

PESQUISAS SÃO FAVORÁVEIS AO TUCANO

O presidente do diretório estadual do partido, deputado federal Ruy Carneiro, reforçou que a intenção do diretório é lançar candidatura própria ao governo do Estado. Segundo ele, as pesquisas de intenção de votos, realizadas pelo PSDB, indicam a liderança do senador Cássio Cunha Lima na disputa ao governo do Estado. “Se eu decidisse sozinho pelo partido, Cássio já era candidato há muito tempo”, destacou Ruy Carneiro.

O deputado federal ainda afirmou que as declarações de opositores de que Cássio Cunha Lima estaria inelegível anima os filiados e não deve ser obstáculo para que seja anunciada a candidatura própria do partido. “Eu digo sempre: eles tocaram nesse assunto em 2010 e Cássio é senador da Paraíba”, disse Ruy.

Em relação à entrega dos cargos atualmente ocupados por filiados do PSDB no governo do Estado, Ruy Carneiro afirmou que apenas o secretário de Estado do Planejamento e Gestão, Gustavo Nogueira, filiado ao partido, ocupa cargo no primeiro escalão do governo do Estado. Segundo ele, a partir da entrega dos cargos poderá ser conhecido o espaço que o PSDB ocupa na gestão do governador Ricardo Coutinho.

Ruy não vê motivo de preocupação para o fato de que o governador Ricardo Coutinho está recebendo apoios de prefeitos de várias regiões do Estado. Ele lembrou que na eleição de 2010, José Maranhão tinha o maior número de prefeitos apoiando sua candidatura e perdeu a disputa para Ricardo Coutinho. “Quem ganha eleição, se for o caso de alguma disputa, é o povo. Não é necessariamente quem tem mais prefeitos, senão não precisava ter eleição. Na eleição passada, por exemplo, Maranhão tinha mais prefeitos que Ricardo e perdeu”.

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Jornal da Paraíba

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