POLÍTICA
Cássio diz que respeita momento político de quem não for a encontro
Ex-governador diz que encontro das oposições, que será realizado na segunda, é ponto de partida para o pleito de 2010. "Todas as forças oposicionistas estão convocadas", destacou.
Publicado em 25/02/2010 às 14:15
Phelipe Caldas
O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) concedeu entrevista exclusiva nesta quinta-feira (25) à Rede Paraíba Sat e disse que o ano político de 2010 já começou para os grupos de oposição, que na próxima segunda-feira (1º) realizam um encontro de fortalecimento da pré-candidatura do prefeito pessoense Ricardo Coutinho (PSB). Ele convocou todas as forças oposicionistas para participar do evento, mas ponderou que respeita o “momento político” daqueles que decidirem não ir ao Hotel Tambaú (local do encontro).
As declarações de Cássio têm endereço certo: o senador Cícero Lucena (PSDB), o deputado federal Armando Abílio (PTB), o deputado estadual Ruy Carneiro (PSDB) e o vereador Tavinho Santos (PTB), oposicionistas que já disseram que não irão ao encontro por considerá-lo inoportuno. “Não vou me intrometer nas questões internas dos partidos, mas pessoalmente acho que está mais do que na hora de iniciarmos os debates sobre o pleito de outubro”, destacou, ressaltanto que o suplente de senador Carlos Dunga (PTB) confirmou presença.
Sobre a disputa interna vigente atualmente no PSDB, entre o seu apoio ao prefeito Ricardo Coutinho e a intenção de Cícero em ser ele próprio candidato ao Governo da Paraíba, Cássio se resumiu a dizer que o assunto será definido na hora certa. “Ou a direção nacional do PSDB chega a uma decisão ou iremos definir a questão no momento das convenções. Por enquanto eu não tenho mais nada para dizer sobre o assunto”, frisou. “Não posso falar por Sérgio Guerra, nem por nenhum outro peessedebista. Só posso falar por mim”, completou.
Ainda sobre o assunto, ele disse esperar que o PSDB da Paraíba, que foi expurgado pelo PMDB de uma governo legítimo, não tenha nenhum gesto de contribuição para a permanência no cargo deste mesmo 'grupo do passado'. “Temos que nos unir com todas as forças de oposição para garantir a derrota deste partido que governa de forma ilegítima a Paraíba”, ressaltou, dando a entender que a candidatura de Cícero pode prejudicar isto.
Cássio Cunha Lima falou também das insatisfações do deputado federal Wellington Roberto (PR), que reclamou por não ter mais sido procurado pelo ex-governador. “O último encontro que tivemos foi fruto de uma visita que fiz a ele. A boa norma social diz que quem é visitado deve tomar a iniciativa em prol de um novo encontro. De forma que tudo isto é uma bobagem e se Wellington quiser conversar comigo que venha até mim”.
Críticas a Maranhão
Como não poderia ser diferente, o ex-governador Cássio Cunha Lima fez uma série de críticas contra o atual governador José Maranhão, que segundo ele usou a imprensa para soltar uma série de inverdades sobre a situação política da Paraíba.
Cássio disse que é mentira de Maranhão dizer que ele investiu apenas 7% em saúde e garantiu que durante a sua gestão respeitou rigorosamente os 12% de investimento mínimo em saúde. “Tanto é verdade esta minha garantia que eu sempre tive todas as minhas contas aprovadas pelo TCE”.
Outra declaração de Maranhão que Cássio classificou como “inverdade” foi o fato de dizer que ao assumir o Governo encontrou apenas 15% das obras do Hospital Regional de Campina Grande concluídas. “Esta é uma mentira deslavada, porque ainda em setembro de 2008 eu visitei o hospital e este já tinha 70% de suas obras executadas”, garantiu.
Sobre o funcionalismo público, o tucano se disse “estarrecido” com declarações de Maranhão, que classificou as aprovações pelo Governo Cássio de 31 Planos de Cargos Carreiras e Remunerações como sendo uma “herança maldita”.
Apesar de que, em tom de ironia, Cássio diz que este tipo de tratamento por parte de Maranhão ao funcionalismo não é novidade. “É um absurdo chamar de herança maldita aquilo que foi feito em nome do servidor. Mas é algo normal vindo de um governador que em 10 anos de gestão nunca concedeu um único aumento ao funcionalismo”, concluiu.
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