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POLÍTICA

Cássio propõe plano de contingência para abastecimento de água no Semiárido

Cássio cobrou dos representantes do governo federal respostas urgentes para enfrentar os quatro anos de seca no Nordeste.

Publicado em 04/12/2015 às 11:20

Senadores de vários estados apoiaram a proposta de um plano de contingência para enfrentar os problemas da seca no semiárido nordestino. A proposta foi defendida pelo senador Cássio Cunha LIma (PSDB) durante sessão temática sobre a crise e escassez de água no Brasil, realizada no plenário do Senado Federal na quinta-feira (3). O evento contou com a participação de representantes dos ministérios e órgãos diretamente ligados ao assunto.

"Nós temos de definir um plano de ação para a hipótese, que não pode ser desprezada, de mais um ano seco na Região Nordeste. Nós já estamos com um ciclo muito longo, que poderá completar cinco anos de estiagem, com ameaça de colapso completo nos grandes mananciais. E a pergunta que precisa de uma resposta imediata é: e se não chover? O que faremos para atender, para acudir a população nordestina, que já padece com a falta d’água, que já enfrenta ciclos longos de racionamento? Esta é a grande pergunta que precisará de resposta por parte das autoridades do governo federal e também dos outros entes federados", afirmou Cássio. Ele cobrou dos representantes do governo federal respostas urgentes para enfrentar os quatro anos de seca no Nordeste e o risco de colapso dos grandes mananciais, frente à possibilidade de continuidade da estiagem.

Para o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), a transposição do São Francisco é essencial para resolver os problemas gerados pelos quatro anos de seca no Nordeste. “A fase de testes e bombeamento já foi feita, mas há que se ter recursos para que as águas possam caminhar. Não se trata de colocar o governo federal contra a parede, mas dizer que há uma solução a ser buscada urgentemente, que é trazer as águas do São Francisco”, apelou.

Ao relatar a grave situação enfrentada pelos moradores de cidades da Paraíba, como Campina Grande, o senador José Maranhão (PMDB-PB) também cobrou maior agilidade na conclusão das obras da transposição. “Não vejo outra solução que não seja o apressamento do projeto da transposição do São Francisco”, afirmou. Já o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) responsabilizou a Sudene pelo progressivo processo de desprestígio do Departamento de Obras contra as Secas. “Essa crise hídrica do Nordeste começou em 1957, quando foi criada a Sudene com o objetivo de modernizar a economia nordestina, através da industrialização. Ocorre que seus técnicos, possivelmente por questões ideológicas, entendiam que a Sudene tinha outro objetivo, que era a destruição do DNOCS".

O senador José Agripino (DEM-RN) descreveu a situação dramática vivida pela população de seu estado. Ele chegou a sugerir o uso de dessanilizadores para captar água do mar, dada a gravidade da seca que atinge o Nordeste. Pediu, também, mais recursos para os órgãos federais que tratam da questão hídrica na região. “Cabe a nós tentar resgatar a importância que tem de ter Codevasf, Dnocs, ANA, enfim, todos os órgãos que cuidam de água na nossa região”, disse.

O prefeito Romero Rodrigues, que participou do evento, disse que Campina Grande vem enfrentando um racionamento muito severo. "Praticamente são apenas dois dias, por semana, com liberação de água”. Ele pediu que o Ministério da Saúde dê mais atenção à questão da portabilidade da água. De acordo com ele, dados de institutos de pesquisa locais revelam que 42% da população faz consumo de água mineral. “Isso significa dizer que temos ainda uma quantidade muito significativa da população que consome água diretamente do próprio sistema de abastecimento de água. E em relação à portabilidade, ela pode estar sendo contaminada com algum eventual produto, na questão da qualidade da água”.

Após ouvir os relatos dos representantes dos ministérios e órgãos diretamente ligados ao assunto, Cássio lamentou não haver resposta do governo do que será feito em relação ao plano de contingência. “É preciso termos em mente a necessidade de um plano de contingência para a hipótese, que não pode ser descartada, não apenas em Campina, mas em todas as cidades do seu entorno, em relação a um eventual colapso devido ao agravamento de mais um ciclo seco. Esta situação que vivemos hoje não surgiu do dia para a noite", afirmou o senador paraibano.

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Jornal da Paraíba

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