POLÍTICA
Com baixa procura por biometria, TRE prevê cancelamento recorde de títulos
A meta de 80% de revisão no eleitorado já está perto de ser atingida e há muitos municípios que não avançaram na biometria.
Publicado em 08/01/2016 às 7:48
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) poderá ter um cancelamento recorde de títulos de eleitor nos municípios que estão sendo alvo da biometria. Isso pode acontecer em virtude de que a meta de 80% do eleitorado revisado já está perto de ser atingida e ainda há muitos municípios que não avançaram na biometria. O problema afeta principalmente alguns dos maiores colégios eleitorais, como Patos, Sousa, Bayeux e Santa Rita.
O recadastramento está previsto para ir até o dia 18 de março, mas pode ser encerrado antes do prazo caso o TRE consiga cumprir a média nacional de 80% do eleitorado revisado. Pelo último levantamento, o percentual atingido é de 66,88%. No total, são 910.549 eleitores em 98 municípios paraibanos. Até ontem já haviam sido revisados 608.486 eleitores.
Dentre os maiores colégios eleitorais, a situação mais crítica é na cidade de Sousa. O município conta com 47.042 eleitores, mas só conseguiu cadastrar 22.648, o que significa que quase 25 mil eleitores teriam os títulos cancelados. Já em Patos seriam 29.544; em Bayeux, 33.192 e em Santa Rita, 41.257.
O fraco comparecimento nos grandes centros se deve ao mau costume do brasileiro de deixar tudo para última hora. A expectativa é que na reta final a procura dos eleitores se intensifique. De acordo com Fábio Falcão, coordenador de eleições do TRE, em cidades como Patos e Bayeux estão sendo atendidos mais de mil eleitores por dia. “Se continuar assim, a gente consegue fazer com que esses grandes colégios consigam atingir a média de 80%”, afirmou. Para evitar tumulto nas filas, já foram colocados mais postos de atendimento.
Depois de atingida a média de 80% de todo o eleitorado revisado, o Tribunal Regional Eleitoral realizará a homologação, pondo um ponto final nos trabalhos. Isso está previsto para ocorrer antes de terminar o mês de janeiro. “Quem não fez vai ter o título cancelado”, alerta Fábio Falcão. O cancelamento do título eleitoral provoca uma série de consequências, como impedir a obtenção de passaporte e carteira de identidade, o recebimento de salário de função ou emprego público, e a tomada de alguns tipos de empréstimos. A ausência de registro também pode dificultar matrícula em instituições de ensino e a nomeação em concurso público.
REGULARIZAÇÃO
Para se regularizar e voltar a ter o título, o eleitor deverá comparecer, pessoalmente, ao cartório eleitoral de sua inscrição ou, em caso de mudança de endereço, no cartório eleitoral ao qual pertença sua residência. Ele deverá levar um documento de identidade, exceto o novo modelo de passaporte por não conter dados de filiação, e, se possuir, apresentar o título eleitoral e os comprovantes de justificativa de ausência em cada turno das eleições, além de comprovante de residência.
Comentários