POLÍTICA
Com cabeça raspada, Eike Batista chega ao Presídio Bangu
Empresário se entregou após ser incluída na lista de foragidos da Interpol.
Publicado em 30/01/2017 às 12:07
Com a cabeça raspada e uniforme de detento, o empresário Eike Batista deixou o presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte do Rio de Janeiro com destino ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Eike chegou pela manhã ao Rio de Janeiro, de um voo vindo de Nova York, e foi preso logo que desembarcou do avião, por agentes da Polícia Federal, ainda na pista do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão.
Após triagem, foi decidido que Eike ficará na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9. O empresário nao pode ir para Bangu 8, mesmo local onde está preso o ex-governador Sérgio Cabral, pois não ter curso superior.
A saída do Ary Franco, conforme apurou o G1, ocorreu exatamente pela falta de segurança da penitenciária. Segundo agentes do Serviço de Operação Especiais da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que fizeram o tranporte de Eike para Bangu, o Bandeira Stampa é uma cadeia em que não há domínio de facção criminosa.
Depois de ser preso no Galeão, Eike foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML, no centro da cidade, onde chegou por volta das 10h30. O empresário foi submetido a um exame de corpo de delito, que é um procedimento obrigatório para se verificar o estado físico do preso antes que ele ingresse no sistema penitenciário. O exame durou cerca de meia hora.
Eike, que estava em Nova York, era considerado foragido desde a última quinta-feira (26), quando policiais federais tentaram cumprir o mandado de prisão expedido pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e não o encontraram em casa. A prisão do empresário foi determinada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, fase da Lava Jato, que investiga propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.
Dono do grupo EBX, Eike Batista é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que envolve o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que está preso. Eike e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.
O empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que evolve o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que está preso. Eike e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.
Os advogados informaram que Eike havia viajado a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal o considerou foragido e pediu a inclusão de seu nome nalista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
Eike, de 60 anos, já foi considerado o homem mais rico do Brasil e, em 2012, o sétimo mais rico do mundo pela revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. As empresas do grupo EBX atuam na área de mineração, petróleo, gás, logística, energia e indústria naval. Entre 2013, entretanto, os negócios entraram em crise e Eike começou a deixar o controle das companhias e vender o patrimônio.
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