POLÍTICA
Comissão da Verdade é instalada na Paraíba
Comissão irá fazer um resgate histórico de crimes e violações de direitos, cometidos por agentes públicos no período da ditadura.
Publicado em 12/03/2013 às 6:00
Crimes de violação dos direitos humanos praticados por agentes públicos na Paraíba a partir do Golpe Militar, em 1964, serão agora investigados pela Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória, instalada ontem pelo governo do Estado, em solenidade realizada no Palácio da Redenção. O material a ser resgatado nos próximos dois anos auxiliará na criação do Memorial da Preservação, que será instalado na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa. O governador do Estado, Ricardo Coutinho, ressaltou, no entanto, que o objetivo da comissão não é punir ou indenizar as famílias, mas fazer um resgate de uma realidade que o país passou em um passado recente.
“Não é em busca de revanche, de revolver por revolver um passado e abrir feridas, mas de contar a história conforme ela foi porque qualquer povo para criar um futuro mais adequado, ele precisa saber do seu passado e o nosso passado foi muito encoberto. O trabalho de indenização já é feito pelo governo federal. Todas as vítimas da Ditadura Militar foram ou estão sendo indenizadas e reconhecidas como tal”, comentou.
A Comissão Estadual da Verdade foi criada pelo Decreto nº 33.426/2012 e é composta por Fábio Fernando Barbosa de Freitas, Iranice Gonçalves Muniz, Irene Marinheiro Jerônimo de Oliveira, João Manoel de Carvalho, Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, Paulo Giovani Antonio Nunes e Waldir Porfírio da Silva.
O critério que o governador adotou para escolha dos integrantes foi a realização de uma consulta por ofício a 23 entidades, ONGs e instituições, solicitando sugestão de nomes para compor a comissão. As respostas resultaram na elaboração de uma lista de 28 nomes de pessoas reconhecidas pelo trabalho que desenvolvem na área de direitos humanos.
O presidente da comissão, Paulo Giovani Antonio Nunes, explicou que as informações obtidas serão encaminhadas aos órgãos públicos competentes para que possam auxiliar na localização e identificação dos corpos e restos mortais de desaparecidos políticos, bem como colaborar para que seja prestada assistência às vítimas e familiares das violações.
Para a professora Lúcia Guerra, apesar de não ter o caráter punitivo, como muitas vítimas esperam, a Comissão Estadual da Verdade terá um enorme efeito na sociedade. "Nossas expectativas de resultado é trazer o tema para a pauta do dia, que a nossa juventude possa conhecer mais sobre o que aconteceu”, disse.
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