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POLÍTICA

Confira a entrevista na íntegra de Cássio Cunha Lima ao Jornal da Paraíba

Pensar diferente não é trair... Como é que você pode ter a pecha de traidor quando defende publicamente a sua ideia, à luz do dia?... Acho que isso é uma grande piada.

Publicado em 28/02/2010 às 9:13

Pensar diferente não é trair... Como é que você pode ter a pecha de traidor quando defende publicamente a sua ideia, à luz do dia?... Acho que isso é uma grande piada.

O senhor demorou para anunciar que iria ficar ao lado da candidatura de Ricardo Coutinho. Agora as oposições passam por uma indefinição com o indicativo de rompimento do PTB. Essas indefinições em torno da candidatura de Ricardo Coutinho não estão fragilizando a união das oposições?

Quero relembrar que meu silêncio foi de forma efetiva para o fim desse dualismo. Me ausentei para não ficar nesse embate diário. Adotei o “deixa Maranhão trabalhar”. Não concordo com a forma como ele chegou no governo. Depois de um ano calado, volto para que possamos formar essa política de alianças e há tempo para isso, apesar de haver muita ansiedade. Mas a política, como a própria vida, tem seu ritmo próprio.

O senhor consegue todas as noites colocar a cabeça no travesseiro sem se preocupar com a pecha de traidor ao amigo Cícero Lucena que tentam lhe impingir?

Claro. Acho que isso é uma grande piada. Como é que você pode ter a pecha de traidor quando defende publicamente a sua ideia à luz do dia? Antes mesmo de viajar para os Estados Unidos em 2009 e passar um tempo fora, conversei com Cícero sobre meu ponto de vista. Logo após minha volta, conversei com o senador e com o governador José Serra (de São Paulo), Aécio (Neves, de Minas Gerais) e Sérgio Guerra (senador) e expus a minha estratégia de disputar a eleição com a unidade das oposições, e não a divisão. Não consigo me convencer que, saindo duas candidaturas, será mais fácil derrotar o governo do que com uma candidatura única. É difícil isso entrar no meu raciocínio político dentro da conjuntura política do Estado. Como o embate aqui é muito pessoal e atrasado, não dou margem a esse tipo de pecha. Pensar diferente não é trair.

Uma tese que vozes maranhistas andam pregando é a sua inelegibilidade. Até que ponto se sustenta essa tese?

Ela não tem nenhuma sustentação, qualquer fundamento. É mais uma atitude de terrorismo que revela bem a prática dos nossos adversários. Como se não bastasse ter sido declarado nulo mais de um milhão de votos que me escolheram governador, agora eles querem impedir que a população escolha livremente os seus representantes. Que democracia é essa onde quem governa é quem perdeu a eleição? Temos que ter respeito ao voto e ao direito do cidadão. Eles fazem todo esse terrorismo talvez por aquilo que se comenta na Paraíba, de que Maranhão tem influência na Justiça, pelo fato de ser casado com uma desembargadora e, no imaginário popular, isso vale. Ora, Maranhão conseguiu cassar Cássio, é casado com uma desembargadora e deve conseguir influenciar a Justiça... Nós temos desembargadores, juízes, promotores e procuradores que são pessoas honradas, que não se permitiriam cumprir esse papel.

Na última prestação de contas não contava sequer um carro em seu nome. Chama atenção da população que, após a cassação, o senhor passou uma temporada nos Estados Unidos e agora viaja novamente para lá com a família. O senhor tem uma aposentadoria de governador. Está parcelando as passagens?

Esse é um tema importante que irei trazer para a eleição, apresentando claramente meu patrimônio, porque possibilita distinguir quem na política faz patrimônio ilicitamente e quem trabalha com honradez e tem um patrimônio de acordo com a sua renda. Esse é o meu caso e o do meu pai, que foi governador, senador, deputado e prefeito e tem um apartamento em João Pessoa e uma casa em Campina Grande. No meu caso, também tenho um apartamento na capital, uma casa em Lagoa Seca e uma participação com Sílvia de 25% na loja do Habib’s de João Pessoa. O fato de não ter declarado um carro é porque na época utilizava os veículos do Estado. Tenho três filhos que, na época, estavam na fase de fazer vestibular e como é cultura da classe média, presenteei os filhos com um carro. Apesar de, na declaração, não ter carros, na minha casa tinham quatro, no nome de Silvia, Diogo, Pedro e Marcela. Isso causa um espanto. Como causa muito mais espanto os bois de Maranhão, que é muito mais grave, e falta a ele explicar a sua declaração de bens e evolução patrimonial.

Qual o valor da pensão de go-vernador?

Tenho uma pensão de R$ 14 mil como ex-governador. Também constituí escritório de advocacia junto com Jovino Neto, Harrison Targino e Luciano Pires. Graças a Deus, vai bem. Complemento minha renda com o resultado do escritório e do Habib’s que me permite uma renda confortável que, pela primeira vez, me permitiu viajar para os Estados Unidos com minha esposa e meus três filhos e realizar o sonho de ver neve. Posso garantir que tenho meios e condições de bancar a viagem com passagem na classe econômica e dividida em seis vezes como um cidadão comum.

O PTB foi o primeiro partido a se pronunciar publicamente em relação à aliança Cássio e Ricardo, o que gerou muita surpresa no Estado. Hoje o partido, através de Armando Abílio, se coloca com um discurso de rompimento a esse projeto. Houve uma falha de articulação do prefeito Ricardo Coutinho? O PTB se mantém na base indicando o candidato a vice-governador?

Vou tentar resumir sem interferir na economia interna do PTB, que não é o meu partido. Acredito que a participação do PTB nesta coalizão será muito importante e, dentro da sua participação, vejo a indicação de Carlos Dunga com simpatia. Tanto é que apoio a sua indicação para o cargo de vice. A partir daí, tem que haver um esforço de diálogo e de entendimento, que é natural na política.

O senhor vê falhas de interlocução de Ricardo junto às lideranças políticas?

Isso é algo muito subjetivo. O que para mim é suficiente, para outros não é. Não tenho necessidade de falar com fulano ou beltrano todos os dias e todas as horas. Tem pessoas que têm. Isso é absolutamente pessoal. Não encaro essa correlação como algo que seja da vinculação pessoal de amizade com um ou com outro. Não tenho dificuldade de interlocução com nenhuma liderança política do Estado afora os que se recusam a falar comigo. É mais um viés das mudanças que precisamos promover nesse Estado.

Na sua história política o senhor teve como vice Cozete Barbosa, do PT, que chegou a assumir a Prefeitura de Campina Grande. Essa convivência política deixou lições?

Foi um grande aprendizado, sem dúvidas. Foi um momento importante na trajetória de Campina Grande em que pese a aliança não ter dado certo. Fica vivo na minha memória o dia em que Lula foi para Campina para celebrar essa unidade e disse que aliança política é como casamento: pode dar certo ou pode não dar certo. Se der certo, mantém; se não der, separa. Lamentavelmente, a aliança em Campina não deu certo e nos separamos. Acredito que foi um momento importante e afirmo que, no aspecto programático e histórico, o PT e o PSDB possuem muita identificação. E seria melhor para o Brasil se tivéssemos tido capacidade de firmar uma linha de diálogo entre os dois partidos.

Quais as lições que o senhor tira das idas e vindas do Twitter?

Que não se pode postar borboletas e peixinhos...(risos). O Twitter é uma ferramenta importante, porque funciona para mim como um passo adiante sobre uma ferramenta que sempre utilizei, que é a mensagem de texto por celular. O tempo é cada vez mais veloz com as mídias que se apresentam. Havia muito tempo que eu tinha abandonado o e-mail porque lhe prende muito tempo e fica praticamente impossível respondê-los. Você fica refém. Tanto é que as grandes corporações já estão abandonando o e-mail porque as coisas se modernizam. Consigo, através do microblog, manifestar meu pensamento. Quis fazer um pouco da apresentação do Cássio ser humano. Tentei misturar um pouco isso, não deu muito certo. Talvez tenha que refletir um pouco mais em cima dessas questões. Fico feliz em saber que postar uma foto num instrumento virtual provoca polêmica, discussões e debates. Hoje já tenho mais de 3.700 seguidores no Twitter.

O senhor já chegou a cogitar em uma entrevista no Rio de Janeiro abandonar a vida pública. Isso ainda passa por sua cabeça?

Não tem nenhum homem público que não cogite isso em algum momento da sua vida, se não até permanentemente. Todo ser humano tem um conflito permanente de ter um espaço próprio, privado. De colocar o que bem entender no seu Twitter, por exemplo, sem correr o risco de ser mal interpretado.

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Jornal da Paraíba

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