CONVERSA POLÍTICA
Romero não pode apenas ser pré-candidato ao governo da Paraíba, tem que parecer
O ex-gestor confirmou a pré-candidatura e alegou que está fazendo um trabalho de bastidores, sem tanta visibilidade, mas continua na empreitada.
Publicado em 24/09/2021 às 16:47 | Atualizado em 24/09/2021 às 17:18
A semana foi para o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSD) apagar o fogo que estava torrando sua pré-candidatura ao governo do estado. Tudo porque aumentaram as especulações sobre a fragilidade das intenções. Com uma movimentação "tímida" na arena, sem presença nos debates políticos estaduais (não é por falta de espaço nem meios para isso), foi fácil criar um cenário de recuo.
O ex-gestor, no entanto, confirmou a pré-candidatura e alegou que está fazendo um trabalho de bastidores, sem tanta visibilidade, mas continua na empreitada. Esse tipo de trabalho, sem dúvidas, é fundamental. Mas, a antecipação do debate eleitoral, a busca por um nome de confiança e competitivo para fazer frente à reeleição de João Azevêdo (Cidadania) têm exigido mais. Romero não pode ser apenas pré-candidato ao governo da Paraíba , tem que parecer.
E, para muitos aliados, ele não está se comportando como tal. Se está percorrendo o estado, falta publicizar, gerar fatos, posar ao lado de prefeitos, expor-se com mais entusiasmo e energia. Nisso, Efraim (DEM), pré-candidato ao Senado está dando aula. Por outro lado, há quem diga que aliados, de primeira ordem, não estão fazendo o dever de casa. Não estão fazendo o suficiente para não deixar a pré-candidatura amornar.
Por causa disso, bolsonaristas que o apoiam, porque é o único nome competitivo e mais próximo do grupo, já não têm tanta certeza se vão com ele. O pior é que esse sentimento já, já chega em um grupo menos radical que também quer apostar no ex-prefeito. Nos bastidores, fala-se no retorno de Pedro ao embate principal, com Romero e o ex-senador Cássio indo para disputar duas vagas na Câmara dos deputados. Em entrevista à CBN, esta semana, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) descartou e confirmou que o nome de Romero continua de pé. Mas estar de pé também não basta.
Nenhuma especulação desse tipo ganharia força, se houvesse uma contraofensiva. Não há. A oposição ao governador, mesmo tendo nomes bons, não consegue se encontrar. Parece não ter fôlego para explorar os pontos fracos do governo. E tem. Walber Virgulino (Patriotas) e Cabo Gilberto (PSL) até tentam, mas se apegam a coisas pequenas, que estão mais ligadas as questões ideológicas, convicções, do que fatos e números. Acaba virando retórica.
Alguém precisa encontrar a "liga". São peças soltas, sem rumo e prumo. Como principal interessado, Romero deve correr atrás disso. Começando por Campina e região, seu reduto, onde a prefeitura que lhe deu visibilidade parece distante. Onde o grupo que ganha com sua ascensão, não se mexe com energia. Quem está gostando disse é o governador.
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