Prefeito de Camalaú vira réu no TJ após denúncia de pedido de propina a Pedrinho Pegação

Sandro Moco acertou a contratação da banda por R$ 25 mil, mas expressamente solicitou ao dono que lhe repasse “o dinheiro do refrigerante”.

Prefeito de Camalaú vira réu no TJ após denúncia de pedido de propina a Pedrinho Pegação
Foto: divulgação

O pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba recebeu uma denúncia apresentada pelo Ministério Público estadual contra o prefeito de Camalaú, Alecsandro Bezerra dos Santos, o Sandro Moco (PSDB). Ele é acusado de cobrar propina à banda empresa PRLW Shows Ltda, conhecida pelo nome ‘Pedrinho Pegação’. A decisão foi tomada na sessão desta quarta-feira (23) e teve a relatoria do juiz convocado Eslú Eloy Filho.

A denúncia tem como base o procedimento de investigação criminal iniciado pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa  do MP, a partir de provas coletadas na “Operação Rent a Car”, realizada em agosto de 2020.

De acordo com a denúncia, o prefeito entrou em contato por aplicativo de mensagem com o proprietário da banda “Pedrinho Pegação”. Ao final da negociação, o gestor acertou a contratação da banda por R$ 25 mil, mas expressamente solicitou ao dono que lhe repasse “o dinheiro do refrigerante”.

“Existe, portanto, indício concreto apontando que Alecsandro Bezerra dos Santos solicitou para si vantagem indevida (propina) em decorrência da função. Note-se que o denunciado fala expressamente em dinheiro, usando o jargão “dinheiro do refrigerante” que é sabidamente associado a pagamento de propina”, diz a denúncia do MPPB.

Rent a Car

O prefeito Sandro Moco, que já se encontra afastado do cargo desde 2020, também foi denunciado na operação “Rent a Car”, acusado dos crimes de falsificação de documentos, fraude em licitação e desvio de recursos públicos. Ele chegou a ser preso e afastado do cargo à época.

O prefeito responde ainda a processo por furto de água de uma adutora da Cagepa para abastecer imóvel rural de sua posse ou propriedade e há ainda duas investigações em andamento fundadas em elementos concretos (um inquérito policial, por posse ilegal de arma de fogo e um PIC por lavagem de dinheiro).