MPPB vai investigar situação do Hospital do Valentina em João Pessoa; CRM critica estrutura

Na tarde desta terça-feira (20), o Conselho Regional de Medicina da Paraíba fez uma fiscalização na unidade para apurar denúncias de defasagem na escala médica e constatou problemas na estrutura.

A assessoria de imprensa do Ministério Público da Paraíba (MPPB) divulgou na tarde desta quarta-feira que que o órgão instaurou procedimento para investigar a situação do Hospital Municipal Valentina Figueiredo,  em João Pessoa.

O MP quer apurar as denúncias de superlotação do local, demora de até quatro horas entre o acolhimento e a consulta de paciente e sobre a falta de profissionais médicos no estabelecimento de saúde.

A notícia de fato, de acordo com a assessoria, foi instaurada pela promotora de Justiça que atua na defesa da Saúde na capital, Jovana Tabosa.

Ela já solicitou ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), o encaminhamento, no prazo de cinco dias, da cópia do relatório de fiscalização realizado na unidade hospitalar, que é referência no atendimento pediátrico na capital.

A promotora de Justiça também solicitou à direção do hospital o encaminhamento, em até cinco dias, de informações sobre as medidas que estão sendo adotadas para diminuir o tempo de espera de atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e a escala de médicos dos últimos.

Fiscalização do CRM da Paraíba 

Na tarde desta terça-feira (20), o Conselho Regional de Medicina da Paraíba fez uma fiscalização na unidade para apurar denúncias de defasagem na escala médica.

Conversamos com a diretoria técnica do hospital que garantiu a permanência da gratificação do auxílio covid e que o salário continuará sendo pago de acordo com os valores previamente acordados”, afirmou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.

O diretor acrescentou que, durante a vistoria, foi verificado que a estrutura física do hospital necessita de reparos, pois há vários pontos com mofo, infiltração e móveis danificados.

Segundo ele, conforme a fiscalização, alguns setores do hospital são insalubres para o atendimento da população e o trabalho dos profissionais de saúde.

“Mais uma vez o CRM-PB está onde o médico trabalha e onde a sociedade é atendida, para verificar in loco a real situação dos estabelecimentos de saúde”, completou Bruno Leandro.

Nota da prefeitura 

Em nota, nesta terça-feira, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa falou sobre a questão da defasagem de profissionais médicos. Mas ainda não se pronunciou sobre a questão da estrutura, criticada pelo CRM.

Veja a nota na íntegra.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa esclarece que, desde o início da pandemia, o Hospital Infantil Municipal do Valentina é referência no atendimento de casos que envolvem sintomas gripais em pacientes pediátricos. Devido à diminuição dos casos de Covid-19, a unidade passou a funcionar de forma híbrida, atendendo também outras enfermidades, o que acabou aumentando significativamente a procura por atendimento. 

Visando resolver o problema, a SMS deslocou mais equipes para a unidade hospitalar, mas foi surpreendida com o pedido de demissão por parte de alguns médicos (nove ao todo), o que acabou gerando problemas com a escala de trabalho.
Neste momento a gestão está contratando, em caráter de urgência, novos médicos. Outrossim, enquanto a demanda é solucionada, foi determinada a reabertura imediata da ala pediátrica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Valentina.
A SMS informa ainda que, desde a última terça-feira (12), o Hospital Infantil Arlinda Marques voltou a atender casos de síndrome gripal, colaborando diretamente na melhoria do fluxo de atendimento no Hospital do Valentina.
Luis Ferreira Filho,
Secretário da Saúde de João Pessoa.
Fotos do CRM:
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