Apontado como chefe de facção criminosa era vigilante da prefeitura de João Pessoa; gestão investiga contrato

Dijanilson Meireles de Lima estava foragido e foi preso no Rio Grande do Norte, onde residia há cinco meses, mesmo com contrato de prestador de serviço vigente com a gestão municipal.

Mutirão de negociação acontece no Centro Administrativo Municipal. Foto: Divulgação

Apontado como chefe de uma facção criminosa e preso pela polícia do Rio Grande do Norte, no último domingo (29), Dijanilson Meireles de Lima, mais conhecido, como “Sapoti“, era contratado pela prefeitura de João Pessoa como vigilante.

Mesmo com mandado de prisão em aberto, ele vinha recebendo desde maio do ano passado uma remuneração mensal de R$ 1,3 mil, segundo dados do Sagres do TCE-PB.

Os dados da remuneração pagas a Dijanilson estão atualizados no sistema do TCE e no site de Transparência da Prefeitura apenas até o mês de março deste ano. Neste período (de maio/2021 a março/2022), consta que ele recebeu R$ 15,6 mil dos cofres municipais.

No site da prefeitura, não há dados sobre o pagamento referente aos meses de abril e maio. Consta apenas o pagamento em abril de R$ 325, relativo ao proporcional de 13º salário.

Apesar do vínculo de prestador de serviço, polícia do RN afirmou que ele estava residindo há cinco meses em Parnamirim, no bairro Cajupiranga.

O que disse a prefeitura

Conversa Política entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Social. A pasta para a qual ele foi contrato é comandada por Dorgival Vilar.

Através de sua assessoria, a Sedes antecipou que não será emitida nota sobre o caso, mas informou que o servidor “foi exonerado em março”. Não, explicou, no entanto, se havia controle de frequência ou se ele de fato prestava o serviço à gestão municipal.

As informações sobre a contratação e a presença dele no trabalho, segundo a Secretaria de Comunicação,  estão sendo apuradas. De acordo com a Secom, quando foi contratado em 2021, ele apresentou uma Certidão Negativa de Antecedentes Criminais, emitida pela Polícia Federal. O documento contem erros de escrita, como a palavra “BRASILEIRO”, no texto. Abaixo o documento.

Apontado como chefe de facção criminosa era vigilante da prefeitura de João Pessoa; gestão investiga contrato
Certidão Negativa da PF de “Sapoti”

Apontado como chefe de facção criminosa era vigilante da prefeitura de João Pessoa; gestão investiga contrato

É fake 

O caso está sendo usado, politicamente, por opositores da prefeitura de João Pessoa, com informações falsas. Neste print, uma matéria veiculada pelo Jornal da Paraíba, em 2011, informando sobre a prisão Dijanilson, foi utilizada em uma montagem, com afirmação que o vigilante recebia R$ 8.666,67 por mês. Induzindo o leitor a acreditar que ele recebia esse valor por mês. O valor, no entanto, é referente a soma de meses de contrato.

Apontado como chefe de facção criminosa era vigilante da prefeitura de João Pessoa; gestão investiga contrato

Prisão

De acordo com a polícia, no momento da abordagem à residência, o suspeito apresentou um RG falso, bem como foi encontrada uma pistola calibre 380, com seis munições. O foragido foi conduzido até a base da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), onde foi dado cumprimento ao mandado de prisão em aberto, além de ser autuado em flagrante por porte ilegal de arma e uso de documento falso.

Dijanilson Meireles responde a mais de dez processos criminais por homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa como membro e um dos líderes da facção ‘Okaida’.

A operação foi feita em ação integrada à Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio/PB (DCCPTA) e à Polícia Rodoviária Federal (PRF).