CONVERSA POLÍTICA
ALPB retoma as atividades com CPI do Padre Zé na pauta da oposição
Após 50 dias de recesso parlamentar, os deputados retomaram as atividades na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nesta quarta-feira (7).
Publicado em 07/02/2024 às 13:56
Após 50 dias de recesso parlamentar, os deputados retomaram as atividades na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nesta quarta-feira (7). Os trabalhos na Casa foram iniciados com a presença do governador João Azevêdo (PSB), que prestou contas das ações do governo e apresentou a mensagem do Executivo para este ano.
O reinício das atividades também foi marcado pela pressão da bancada de oposição para emplacar a instalação da CPI do Padre Zé, com o objetivo de investigar os supostos desvios no Hospital Padre Zé, na gestão de Padre Egídio de Carvalho, em plenário, e pelo protesto dos servidores do lado de fora, cobrando melhorias salariais e de trabalho.
O líder da oposição, Wallber Virgolino (PL), espera que a CPI seja instalada. Mesmo posicionamento tem o deputado Tarciano Diniz, cotado para assumir a liderança a partir deste ano. "Já temos as 12 assinaturas e protocolamos o pedido em dezembro do ano passado e agora vamos cobrar o tramite nas comissões para dar a oportunidade daqueles que foram citados se explicarem", comentou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), descartou a chance de destravar a investigação no legislativo. Seu entendimento é que as autoridades já têm desempenhado essa função e trazer a investigação para a Casa poderia abrir espaço para debates políticos.
Tanto o nome de Galdino, como o do governador João Azevedo, além de outras autoridades, foram incluídos como testemunhas de defesa do Padre Egídio. Galdino, ao ser questionado sobre isso, inclusive, desconversou. Disse que sequer conhecia onde fica o Hospital Padre Zé, embora tenha destinado emendas parlamentares este ano para ajudar na recuperação da entidade filantrópica, e que já solicitou a exclusão do seu nome.
Protesto de servidores
A solenidade foi marcada por protestos na Praça dos Três Poderes, realizado pelo Fórum de Servidores, que esperavam serem ouvidos pelo governador João Azevêdo. A principal pauta é que o governo abra uma mesa de diálogo para debater um melhor reajuste salarial. Este ano, o governo concedeu reajuste linear de 5% na data-base. O funcionalismo esperava 22%, devido a reajustes não concedidos em anos anteriores.
"Nós apresentamos um valor que é um valor aonde o Estado foi ao seu limite da capacidade. Nós temos que entender que nós demos aumento linear nesse período, diferentemente até se você fizer uma comparação com o governo federal, por exemplo, que há seis anos não dá aumento", argumentou o governador.
O servidor Beethoven Silva, presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba e membro do Fórum dos Servidores, criticou a decisão do governo em não negociar. Ele antecipou que as forças de segurança deve realizar uma Assembleia Geral no próximo dia 19 de fevereiro e que não descartam deflagrar um movimento grevista.
Ano eleitoral
O segundo ano da atual legislatura inicia, mas não começa na prática. Isso porque o expediente será suspenso hoje para a desfile das Muriçocas e como na próxima semana é de Carnaval, muito provavelmente as sessões e atividades parlamentar só aconteçam de fato a partir de 19 de fevereiro.
O grande desafio para este ano é manter o ritmo das sessões em meio ao processo eleitoral. Alguns deputados estão envolvidos diretamente na disputa, se projetando como pretensos candidatos, e outros devem trabalhar em suas bases para se fortalecer para 2026.
Desde o ano passado, o clima já é de disputa interna na Casa, sobretudo por causa da eleição na Capital. Além de Cida Ramos e Luciano Cartaxo, que cortejam a vaga pela esquerda, e Wallber Virgílio, pela direita, tem ainda o deputado Hervázio Bezerra no meio dos debates. O socialista é pai do vice-prefeito, Leo Bezerra virtual candidato à reeleição, e tem exercido o papel de defensor do prefeito Cícero Lucena na Casa.
Outra cidade que monopoliza debates na ALPB é Cajazeiras, que tem o líder governista Chico Mendes (PSB) como pretenso candidato a prefeitura de um lado, e os deputados Junior Araújo (PSB) e Drª Paula (PP) aliados, em campos opostos na cidade.
O presidente da Casa, Adriano Galdino, disse que espera que haja um equilíbrio no andamento dos trabalhos.
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