icon search
icon search
home icon Home > política > conversa política
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CONVERSA POLÍTICA

Após MP do Gabarito, Prefeitura tenta reverter decisão do TJPB que derrubou LUOS de João Pessoa

No recurso, prefeitura pede efeito suspensivo e alerta para suposto caos urbano após derrubada da Lei.

Publicado em 18/12/2025 às 19:49


				
					Após MP do Gabarito, Prefeitura tenta reverter decisão do TJPB que derrubou LUOS de João Pessoa
Tribunal de Justiça da Paraíba debate Garantias / Foto: CNJ. Felipe Nunes

Após editar uma Medida Provisória revogando o trecho mais questionado da Lei de Uso e Ocupação do Solo de João Pessoa, que flexibilizava a chamada Lei do Gabarito, a Prefeitura da Capital ingressou com embargo de declaração no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para tentar reverter a decisão que declarou a norma inconstitucional.

No recurso, a gestão do prefeito Cícero Lucena (MDB) pede esclarecimentos sobre pontos considerados omissos e contraditórios no acórdão e solicita a concessão de efeito suspensivo, para impedir que a decisão produza efeitos imediatos.

Crítica ao julgamento e ao processo participativo

A Prefeitura sustenta que o acórdão ignorou o processo participativo que antecedeu a aprovação da Lei Complementar nº 166/2024. Segundo o embargo, apesar de audiências públicas, estudos técnicos e documentação extensa, a decisão classificou o procedimento como “genérico” sem apontar qual requisito legal ou constitucional teria sido descumprido.

Para a gestão municipal, a ausência dessa fundamentação configura omissão e fragiliza a conclusão pela inconstitucionalidade formal de toda a lei.

Efeitos retroativos e falta de modulação

Outro ponto central do recurso é a negativa de modulação dos efeitos da decisão. A Prefeitura afirma que declarar a nulidade da lei com efeitos retroativos (ex tunc) é a parte mais grave do julgamento.

Segundo o embargo, o Tribunal não enfrentou os impactos concretos da decisão para todo o território de João Pessoa, aplicando de forma generalizada fundamentos ligados à proteção da orla, como ventilação, insolação e paisagem, a áreas onde esses critérios não seriam pertinentes.

A gestão municipal alerta que a derrubada integral da Lei de Uso e Ocupação do Solo criaria um vácuo normativo sem precedentes no planejamento urbano da Capital.

O embargo aponta que mapas de zoneamento, parâmetros de uso e ocupação do solo e instrumentos modernos de planejamento seriam substituídos por decretos e leis antigas, muitas delas conflitantes e desatualizadas, provocando desorganização técnica e insegurança jurídica.

Licenciamentos e impacto econômico

Segundo a Prefeitura, a retirada imediata da lei do ordenamento jurídico levaria à paralisação de todos os licenciamentos urbanísticos e à nulidade de processos administrativos iniciados desde abril de 2024.

De acordo com a Secretaria de Planejamento, seriam afetados 23.111 processos, entre deferidos e em tramitação. A gestão sustenta que a medida provocaria impactos diretos na construção civil, no emprego e na economia local.

Pedido de efeito suspensivo e precedente do STF

Com base no Código de Processo Civil e no Regimento Interno do TJ, a Prefeitura pede a concessão de efeito suspensivo ao acórdão até o julgamento dos embargos.

Para reforçar o pedido, o Município cita precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu os efeitos de decisão semelhante para evitar o colapso do sistema de ensino de Minas Gerais. A analogia, segundo a Prefeitura, se aplica ao risco de colapso do planejamento urbano e da construção civil em João Pessoa.

No recurso, a gestão municipal também destaca como fato novo relevante a edição da Medida Provisória que revogou o artigo 62 da Lei Complementar nº 166/2024, dispositivo que tratava da flexibilização do gabarito na faixa de 500 metros da orla.

Segundo a Prefeitura, a revogação elimina o fundamento material da inconstitucionalidade e demonstra boa-fé institucional, afastando o risco de retrocesso ambiental.

O que pede a Prefeitura ao Tribunal

Nos pedidos finais, o Município solicita que o TJ suspenda os efeitos da decisão e, no mérito, afaste a declaração de inconstitucionalidade formal de toda a lei. De forma subsidiária, pede a modulação dos efeitos para que a decisão produza efeitos apenas a partir da publicação do acórdão, preservando licenças, alvarás e atos administrativos já praticados.

O Tribunal ainda não analisou o pedido de efeito suspensivo nem marcou data para julgamento dos embargos.

Tribunal de Justiça da Paraíba debate Garantias / Foto: CNJ

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp