'Blocão' de Lira na contraofensiva a Pacheco divide os Ribeiro no Congresso

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), anunciou ontem (12) a formação do maior bloco partidário da Casa, com 175 parlamentares. A movimentação é uma contra-ofensiva ao blocão criado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), até então o maior, com 142 deputados.

A disputa 'bélica' entre os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional divide a bancada federal da Paraíba ao meio e, coloca os Ribeiros em campos opostos na disputa entre eles. Isso porque Lira tem como aliado o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) e Pacheco a senadora Daniella Ribeiro (PSD).

O “superbloco” de Lira é composto por pelo PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e federação Cidadania-PSDB. Esse grupão está agregado quatro parlamentares da bancada da Paraíba e um do senado. (confira abaixo a lista)

Já o blocão de Pacheco é formado pelo MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC. Tem a maioria da bancada da Paraíba, com cinco deputados e dois senadores.

Fora da disputa Lira-Pacheco

Três parlamentares, curiosamente de campos antagônicos politicamente, seguem fora da disputa Lira-Pacheco.

O deputado Luiz Couto, do partido do presidente Lula, que está no bloco da federação partidária PT-PCdoB-PV, intitulada “Brasil da Esperança”, composto por 81 deputados.

Os deputados do PL de Bolsonaro Cabo Gilberto e Wellington Roberto, que compõe a terceira maior bancada com 99 deputados.

Posição da bancada da Paraíba no Congresso

Grupo de Lira - Aguinaldo Ribeiro (PP), Mercinho (PP), Damião Feliciano (União), Gervásio Maia (PSB), na Câmara; e Efraim Filho (União), no Senado;

Grupo de Pacheco - Hugo Motta (REP), Murilo Galdino (REP), Wilson Santiago (REP), Ruy Carneiro (PSC) e Romero Rodrigues (PSC), na Câmara; Daniella Ribeiro (PSD) e Veneziano (MDB), no Senado;

Isolados - Luiz Couto (PT), Cabo Gilberto (PL) e Wellington Roberto (PL)

Para que serve o bloco

Os blocos parlamentares são formados por dois ou mais partidos para atuar conjuntamente na Câmara. Têm líderes em comum e influenciam, por exemplo, na distribuição de cargos e comando de comissões.

Com a criação do novo bloco, a prioridade para indicações para os colegiados, inclusive os mistos que analisam medidas provisórias, passam a ser do grupo do presidente da Câmara.

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC), por exemplo, pode demonstrar a força ou o fracasso político de um governo. Para a aprovação de um texto desse tipo, são necessários três quintos dos deputados (308).

O governo pretende votar, nos próximos meses, alguns temas considerados essenciais, como a PEC da reforma tributária.