CONVERSA POLÍTICA
Em live, Bolsonaro diz que tentou evitar posse de Lula e condenou atos terroristas
A declaração foi feita durante pronunciamento em uma transmissão nas redes sociais nesta sexta-feira (30). O presidente deve deixar o país antes da posse de Lula como novo presidente da República.
Publicado em 30/12/2022 às 11:25
O presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou, nesta sexta-feira (30), a tentativa de ato terrorista, ocorrida em Brasília no último dia 24 de dezembro, quando um homem plantou um explosivo em um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal. A declaração foi feita durante pronunciamento em uma transmissão nas redes sociais, antes de deixar o país.
Bolsonaro abriu uma live, depois de semanas longe das transmissões ao vivo, para fazer um balanço de seu mandato, que termina no sábado (31). Ele não pretende passar a faixa presidencial para o presidente eleito Lula (PT).
Desde que foi derrotado nas eleições deste ano, ele adotou uma agenda reclusa, com poucos compromissos oficiais e raras aparições públicas.
Na rara aparição desde o segundo turno das eleições, o presidente disse que a ameaça de bomba “não se justifica”, mas criticou a imprensa por identificar o homem preso como “bolsonarista”.
Hoje em dia, se alguém comete, um erro é bolsonarista. Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista na região do aeroporto (...) O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação, mas classificam como bolsonarista. É o modo de tratar", afirmou Bolsonaro.
George Washignton, o homem preso pela bomba, entretanto, relatou à polícia que participou de atos antidemocráticos realizados por apoiadores do presidente. Disse ainda que sua intenção era iniciar o "caos" e que agiu por motivação política. A bomba não chegou a explodir.
'Quatro linhas'
Bolsonaro também afirmou que tentou impedir a posse do Lula dentro das '4 linhas alternativas', fazendo referências a recursos previstos na Constituição Federal, sejam os judiciais quanto os institucionais. “Nenhum momento fui procurado para fazer nada de errado, violentando seja o que for. Eu entendo que eu fiz a minha parte, estou fazendo até hoje a minha parte, dentro das quatro linhas", disse.
Apesar da avaliar possibilidades, Bolsonaro disse que faltou apoio. "Agora, certas medidas precisam de ter apoio do parlamento, do Supremo, de algumas instituições. Não pode acusar apenas a mim", avaliou.
Bolsonaro também mandou um recado para os manifestantes que ainda estão posicionados na frente dos quartéis. "Isso aí não ficará perdido, as imagens foram para fora do país", comentou.
Viagem aos EUA
O pronunciamento desta sexta-feira ocorre próximo à viagem de Bolsonaro para Miami, nos Estados Unidos. O atual presidente viajará em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), onde pretende tirar um período sabático após deixar o Palácio do Planalto.
Cinco dos oito servidores que devem auxiliar Bolsonaro na vida fora da Presidência foram autorizados a acompanhar o presidente durante viagem a Miami pelo período de um mês. De acordo com o ato, os servidores farão a segurança e darão apoio ao futuro ex-presidente, entre 1º e 30 de janeiro de 2023.
Comentários