CONVERSA POLÍTICA
Caso das joias: advogado diz que Cid cumpria ordens de Bolsonaro; ex-presidente terá sigilo quebrado
Mauro Cid, ex-ajudante de ordem, está preso desde maio e foi um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.
Publicado em 18/08/2023 às 8:59 | Atualizado em 18/08/2023 às 9:57
O caso da joias que envolve o presidente Bolsonaro, seus ajudantes (Cid e o pai) e o advogado de confiança (Frederick Wassef) ainda vai dar o que falar. E parece que há muito o que falar.
O advogado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, afirmou à revista Veja que vai admitir que fez tudo porque recebia ordens. Além disso, Cid vai informar que passou o dinheiro da venda dos presentes para o ex-presidente.
Na outra ponta, o Ministro do STF também autorizou cooperação da Polícia Federal com autoridades dos Estados Unidos para quebra do sigilo do ex-presidente e da mulher, Michele Bolsonaro, naquele país.
Cid está preso desde maio e é um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.
As joias foram presentes dados a Bolsonaro no exercício do mandato, mas, de acordo com o TCU os presentes dessa natureza devem ser incorporados ao acervo da União, e não poderiam ser vendidos como itens pessoais.
Até agora, Cid estava protegendo o ex-chefe, mas uma mudança de advogado gerou novo comportamento. Sozinho, talvez se sentindo abandonado, alguém deve ter convencido o militar que ele não pode "pagar o pato" sozinho.
Se vendeu as joias milionárias, o dinheiro foi entregue a alguém, foi para uma conta ou para debaixo do colchão.
A situação
A situação para o ex-presidente começa a ficar ainda mais complicada. São atos de quem achava que podia tudo como presidente; que a presidência era a "casa da mãe Joana", sem regras, sem protocolos.
Está entendendo isso fora do poder, sem mandato, e em meio a outros fatos que revelam a forma criminosa que tratava o cargo de presidente.
Ontem, o hacker que derrubou a Lava Jata, revelando esquemas de condenação entre um juiz e os procuradores do Ministério Público de Curitiba, disparou na CPI dos Atos Golpistas.
Se provar o que disse, joga Bolsonaro na lama. Segundo ele, o ex-presidente prometeu indulto para futura condenação, pediu que invadisse o sistema do TSE para comprovar fraude por meio de códigos-fonte.
E mais: fez o relatório de inconsistência do sistema eleitoral brasileiro apresentado pelo Ministério da Defesa. Lá, o criminoso participou de cinco reuniões com os cabeças da pasta.
Bolsonaro disse à imprensa que é tudo fantasia do hacker e que vai provar que ele está mentindo.
Comentários