CONVERSA POLÍTICA
Chefe de Imunização de João Pessoa diz que filho de secretário do Ministério da Saúde vacinado na capital não furou fila
Publicado em 22/05/2021 às 12:27 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:56
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
O Chefe de Imunização de João Pessoa, Fernando Virgolino, afirmou em entrevista ao JPB2, da TV Cabo Branco, ontem (21), que o filho de secretário do Ministério da Saúde, Daniel Medeiros, vacinado na capital, não furou a fila da imunização.
Ontem (21), o jornal Estado de São Paulo divulgou matéria afirmando que o estudante de medicina tomou a vacina contra a Covid-19, no fim de janeiro, antes da prefeitura de João Pessoa começar a imunizar estagiários de medicina, que trabalhavam nos hospitais. De acordo com o Portal da Transparência, ele se vacinou dia 28 de janeiro, mas o grupo do qual ele faz parte só começou a ser imunizado dia 05 de maio.
Virgolino afirmou que não é um caso que se configura como de um fura-fila porque a vacinação de estudantes de medicina, que atuavam em hospitais, foi iniciada em janeiro, mas interrompida depois que uma decisão judicial, partir de uma ação do Ministério Público da Paraíba, que proibiu que esse público fosse vacinado antes que os idosos até 60 anos fossem imunizados.
Ou seja, segundo ele, a vacinação aconteceu antes dessa decisão, de forma que o caso dele não poderia se configurar como uma irregularidade.
Vacinado como médico
Outro fato que chamou a atenção foi o de que Daniel Medeiros se vacinou como médico, como está no registro da prefeitura, e não como estudante de medicina.
Fernando Virgulino afirmou que foi um erro do funcionário da prefeitura. Isso porque, de acordo com o Chefe de Imunização, o digitador não encontrou a opção estudante de medicina ou "interno de medicina" e preencheu com o nome mais próximo: médico. De acordo com registro, Daniel Medeiros foi vacinado com a AstraZeneca.
Apesar das explicações, o caso continua sendo investigado pelos órgãos de controle.
O que estudante disse
Ao G1, Daniel disse que estava em viagem de Fortaleza a João Pessoa, no meio da estrada, e por isso não tinha como falar naquele momento, por causa de interferências no sinal do celular. Pouco depois, no entanto, ele enviou por uma aplicativo de conversa uma nota do Ministério da Saúde, que diz que ele é estagiário do Hospital São Vicente de Paulo, na capital paraibana, e que "acadêmicos e estudantes da área técnica em saúde em estágio hospitalar" estão contemplados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. A nota informa também que a classificação dele como médico foi "um erro de digitação".
Para além disso, o estudante enviou uma cópia de uma declaração do Hospital São Vicente de Paulo que diz que Daniel participou do "programa de estágio observador na área de cirurgia geral" da unidade hospitalar.
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