CONVERSA POLÍTICA
Condenado pela morte da defensora Fátima Lopes aparece em esquema da 'Máfia dos Concursos'
O psicólogo Eduardo Henrique Paredes do Amaral teria participado de fraude em concursos, inclusive o CNU.
Publicado em 13/10/2025 às 15:41 | Atualizado em 13/10/2025 às 16:49

O psicólogo Eduardo Henrique Paredes do Amaral, condenado a 12 anos de prisão pelo homicídio da defensora pública Fátima Lopes, em 2010, está entre os nomes identificados pela Polícia Federal como beneficiário do esquema conhecido como “Máfia dos Concursos”.
Eduardo Paredes foi aprovado para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho no ano passado, após participar do Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de 'ENEM dos concursos'.
De acordo com a investigação, o gabarito da prova apresentada por Eduardo era idêntico ao de dois investigados pela Operação Última Fase, deflagrada pela Polícia Federal.
Além disso, foi identificada uma transferência bancária de Eduardo para Laís Giselly, apontada como uma das líderes da organização criminosa.
Operação Última Fase
Segundo a investigação da PF, o grupo tinha base no Sertão da Paraíba e usava tecnologia de ponta para garantir aprovações ilegais. Entre os métodos identificados estavam o uso de pontos eletrônicos implantados cirurgicamente e o acesso antecipado aos gabaritos das provas.
Pelo menos dez pessoas teriam sido beneficiadas diretamente, seja por aprovação com gabaritos idênticos, recebimento de propina ou participação ativa no esquema.
Além de Eduardo Paredes, aparecem na lista Allyson Brayner da Silva Lima, Mylanne Beatriz Neves de Queiroz Soares, Janaína Carla Nemésio de Oliveira, Aially Soares Tavares Pinto Xavier, Júlio Cesar Martins Brilhante e Isabelle Nayane de Medeiros Dantas Aires, entre outros.
Caso Fátima Lopes
O nome de Eduardo Paredes ficou conhecido em 2010, após o acidente que matou a defensora pública Fátima Lopes, em João Pessoa. O psicólogo dirigia em alta velocidade e avançou um sinal vermelho no cruzamento das avenidas Epitácio Pessoa e João Domingos, no bairro de Miramar, atingindo o carro da vítima.
O caso gerou grande comoção e, no julgamento, ele foi condenado por homicídio doloso e lesão corporal, com pena de 12 anos de prisão em regime fechado. Ele também responde por um segundo atropelamento ocorrido cinco meses depois, em João Pessoa.
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