CONVERSA POLÍTICA
João questionou a capacidade de gestão de Pedro e tucano focou na lentidão do governo
Com mais disposição de se “impor”, Azevêdo levou armadilhas para Pedro, foi menos previsível, mais atrevido, e acabou se dando melhor nesse novo formato livre.
Publicado em 28/10/2022 às 11:54 | Atualizado em 28/10/2022 às 13:37
O debate das Tvs Cabo Branco e Paraíba foi recheado de farpas, ironias, críticas, mas também propostas e ideias. Há quem desejasse mais proposições. Entendemos que elas apareceram, mesmo com os tensionamentos e alguma superficialidade.
No nosso ponto de vista, agradou quem gosta de embates propositivos, mas também quentes, com o desvelamento das relações políticas do presente e do passado.
A prova de que os momentos tensos não prejudicaram a dinâmica do debate foi que não houve pedidos de direito de resposta. Fluiu.
Mas quem coseguiu imprimir domínio da cena, do palco, por motivos diversos?
João conseguiu isso. Começou mais à vontade. Soube se impor no primeiro bloco suas pautas: mensalidades pagas nas universidades, Pedro e Calvário, Cássio e Odebrech, e atuação parlamentar, chamada de pífia.
Na verdade, veio disposto a “brigar”, a ironizar, a colocar fogo e desestabilizar o adversário. Trazendo temas do passado e atuais e, claro, explorando dados da gestão, indicadores, e propostas de continuidade.
Pedro buscava evitar o atrito. Isso desenha um perfil de político bom moço, que quer discutir problemas reais. Isso é positivo, mas gera impressão de medo de enfrentar incômodos.
Isso aconteceu. Sem conter o tom forte e irônico de Azevêdo, acabou deixando o adversário trazer temas desconfortáveis, sempre ligados a “falhas” do grupo político do tucano.
Do meio para o final, Pedro foi muito bem ao expor Azevêdo com perguntas que o candidato à reeleição não tinha respostas objetivas (pelo menos não respondeu objetivamente): ponte no Vale dos Dinossauros, Centros Olímpicos, tempo de início da obra de Cabedelo e valor que foi gasto com divugalção do São João de Campina.
Mas, mais uma vez, ao jogar com os números da gestão, números de rankings de desempenho em várias áreas, atacava o candidato adversário lembrando da atuação do grupo político, inexperiência do parlamentar, o que exigiu tempo de defesa e de contestação.
Pedro não conseguiu fazer a conexão eficiente entre Azevêdo e Calvário, mas foi bem ao lembrar que João teve quatro anos, mas não concluiu obras importantes prometidas no primeiro mandato, “está sempre fazendo”.
Com exemplos práticos, como Arco Metropolitano de João Pessoa e Campina. Além de obras hídricas e de sanemaento básico. E ainda lembrou que João é governo há 12 anos (8 como supersecretário) e não apenas quatro anos.
Entre os méritos do tucano, imprimir a ideia de um governo lento, que tomou atitudes de maneira tardia, que tem muito a entregar e menos entrega.
Também foi eficiente ao destacar que o estado “real” é diferente do “desenhado” por Azevêdo na propaganda; e ainda ao comparar valores dos “excessos” do governo com ações de melhoria de vida do cidadão. Muitas vezes, não tem aplicação prática, mas é um discurso popular.
Na outra ponta, o candidato à reeleição conseguiu o objetivo: ligar Pedro ao passado familiar e do grupo político, expor uma suposta inexperiência para gestão. Explorou muito bem os indicadores positivos do governo em várias áreas, destacou programas considerados de sucesso e lembrou do impacto da pandemia na gestão.
Com mais disposição de se “impor”, Azevêdo levou armadilhas para Pedro, foi menos previsível, mais atrevido, e acabou se dando melhor nesse novo formato livre.
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