Eduardo Carneiro enfrenta "favoritismo" de Galdino na batalha pelo comando da AL PB

O deputado estadual reeleito Eduardo Carneiro (SD) entrou em rota de colisão com o colega Adriano Galdino (Republicanos), atual presidente da Assembleia da Paraíba.

Carneiro resolveu enfrentar o favoritismo e a articulação e do presidente na batalha pelo comando da Casa, nos próximos quatro anos.  Os dois, vale lembrar, são da base do governador.

Primeiro, questiona o desejo de Adriano de pleitear mais um período de dois anos como presidente, visto que já foi eleito para a função por três vezes (2015 a 2017, 2019 a 2021, e 2021 a 2023).

Em entrevista à Radio Arapuã, nesta quarta-feira (23), reclamou da falta de rotatividade e da falta de abertura de espaços para os colegas.  Falou em dar oportunidade aos parlamentares.

Galdino já afirmou que vai se candidatar para o biênio 2025/2027.  Se ganhar, serão oito anos no comando, com dois intervalos de dois anos.

Carneiro, por sua vez, não negou que além de ganhar, trabalha para evitar que o atual presidente tenha mais um período à frente do Parlamento paraibano.

Isso porque colocou o nome para o primeiro biênio e faz uma casadinha com Galego de Sousa (PP), que quer o segundo biênio.

Nesse cenário desenhado, a ideia é vencer Wilson Filho (Republicanos) ou Branco Mendes (Republicanos), nomes preferidos do atual presidente Galdino, no primeiro biênio, e derrotar o próprio presidente no segundo, com Galego

Nomes 

Carneiro afirmou que já tem 16 votos e que já explicou e argumentou sobre a candidatura ao governador João Azevêdo (PSB), que prometeu, segundo ele, não interferir na disputa do Parlamento.

O deputado do Solidariedade também afirmou que é contra a Proposta de Emenda à Constituição que será votada nos próximos dias.

A PEC tem como objetivo principal evitar reeleições sucessivas na AL (nos cargos da Mesa Diretora), permitindo apenas uma única recondução.

A questão é que poderá, segundo os parlamentares, permitir que Galdino seja eleito e reeleito mais uma vez, porque, sem retroagir, a legislação já consolidada no STF não leva em consideração os mandatos anteriores.

Ou seja, ao aprovar a Proposta, o "jogo zera", e Galdino pode se candidatar, alegam alguns parlamentares que têm receio da falta de rotatividade no comando da Casa.

Galdino 

Galdino evita falar em mais dois períodos na presidência, apenas no dois últimos anos (2025 a 2027).

E faz questão de lembrar que a reivindicação tem justificativa: a fidelidade do Republicanos ao governador João Azevêdo no processo eleitoral.

Por causa disso, exige que o presidente da Casa seja do partido, durante os próximos quatro anos. Com ele, sendo eleito. De forma adjacente, quer o empenho do governador para que objetivo seja alcançado.

A interferência ou não do governo pode pesar no voto de alguns parlamentares, mas, como voto é secreto, a temperatura da política no início de fevereiro será sem dúvida determinante, mesmo com o favoritismo de alguns.

Não se engane, pode ser que, em mais um ano, haja confinamento na véspera da eleição.