Emendas impositivas estão garantidas, mas vetos no Orçamento devem atrasar obras na Paraíba

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES

O presidente Jair Bolsonaro cortou cerca de R$ 231 milhões de emendas parlamentares que seriam destinadas a obras na Paraíba. O vetos foram publicados no Orçamento. Os cortes, apesar de previstos, devem tornar execução de obras na Paraíba ainda mais lenta.

Entre os cortes, dinheiro para o Centro de Convenções de Campina Grande (R$ 1 milhão), a drenagem do  Porto de Cabedelo (R$ 10 mi), a triplicação da BR-230 entre Cabedelo e João Pessoa (R$ 10 mi); a construção de trechos do Canal Acauã-Araçagi (R$ 143 mi). Obras grandes e que dependem de recurso federal.

O coordenador da bancada federal paraibana, deputado Efraim Filho (DEM), afirmou que os vetos eram esperados por causa da readequação que precisou ser feita no Orçamento. Uma forma de encaixar as despesas obrigatórias que haviam ficado de fora.

Alguns recursos, que estão na rubrica de "bloqueados", podem até ser liberados, mas pelo andar da carruagem, ninguém confia muito nessa hipótese.

O deputado destaca que se não houvesse esse corte, os recursos dificilmente seriam liberados, diferentemente das emendas impositivas de bancada, cerca de R$ 241 milhões. Nesse caso, os recursos estão garantidos.

>>Saiba quais as obras e serviços vão receber parte dos R$ 241 mi da bancada paraibana no Congresso

As emendas da bancada não são suficientes para início e fim de obras maiores, mas é o dinheiro que os governos estaduais e/ou municipais podem contar, se levarmos em conta a paralisia de investimentos, potencializada pelos gastos da pandemia.

Obras que podem ser prejudicadas 

Os cortes afetam diretamente obras grandes como o Canal Acauã Araçagi, que pode atrasar se não chegar recursos suficientes para as suas várias etapas.

No caso da dragagem do Porto de Cabedelo, a navalha no Orçamento, mais uma vez, prejudica a intenção de ampliar o "cardápio" de navios de grande porte que poderiam passar por aqui. Gerando mais impostos e mais competitividade.

Sem recurso liberado, a "triplicação" da BR-230 na Região Metropolitana vai continuar a passos lentos, com cortes no projeto e "remendos" para caber o dinheiro. Nada que a gente, infelizmente, não conhecemos.