CONVERSA POLÍTICA
Empresa da Paraíba arremata por R$ 21,5 milhões edifício que virou 'terror' em Boa Viagem
O edifício Holiday está interditado há quase seis anos por falhas estruturais.
Publicado em 22/02/2025 às 9:51 | Atualizado em 22/02/2025 às 10:19
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O Edifício Holiday - imóvel que está interditado há quase seis anos e se tornou o 'terror' do moradores do bairro de Boa Viagem, área nobre do Recife - foi arrematado em leilão por uma empresa da Paraíba no valor de R$ 21,53 milhões.
A venda do Holiday foi concluída em sessão virtual no site Lance Certo, do leiloeiro Luciano Rodrigues Resende. A compradora foi a empresa DG IV LTDA., uma incorporadora imobiliária com sede na cidade de Caaporã, no estado da Paraíba.
Os sócios-administradores da DG IV são os empresários e irmãos pernambucanos José Romero Dias Gomes da Silva e José Roberto Dias Gomes da Silva. Eles estão à frente do Grupo Dias Gomes e da empresa pernambucana Federal Energia, ligada ao comércio atacadista de combustíveis.
Edifício Holiday
O Edifício Holiday foi construído em 1956 e desocupado em 2019, por problemas no sistema elétrico que poderia causar um grande incêndio. Com 17 andares, no prédio moravam mais de 3 mil pessoas, que tiveram que deixar as suas casas.
Desde a interdição judicial, casos de roubos se tornaram frequentes no local, o que foi alvo de protesto dos antigos moradores. Em meio a isso, houve decisões pela demolição do imóvel.
Em novembro de 2023, alegando que o condomínio e os proprietários não conseguiam garantir a segurança do patrimônio nem os reparos necessários, o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto autorizou que um leilão fosse realizado para a venda do edifício e determinou que os donos dos apartamentos fossem indenizados.
O edifício representa, segundo estudiosos, um marco arquitetônico e social para a cidade.
O que acontecerá com o Holiday
Em comunicado oficial, a DG IV Ltda declarou que dará início a um projeto “que visa preservar a essência do Edifício Holiday”.
O texto informa que, em breve, será iniciado um estudo para selecionar parceiros que compartilhem do “compromisso com a preservação do conceito original” do prédio.
“Nosso objetivo é modernizar o Edifício Holiday, devolvendo à cidade um espaço que respeite sua rica história e contribua positivamente para o desenvolvimento urbano de Recife”, afirma o comunicado.
O que será feito com o dinheiro do leilão
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o leilão do Holiday restringiu a possibilidade de demolição do prédio, atendendo à decisão do desembargador Antenor Cardoso.
O valor arrecadado com a venda do edifício será usado para quitar dívidas trabalhistas, tributos sobre o imóvel, eventual débito com o serviço público, ressarcimento à prefeitura do Recife das despesas com o processo e gastos com a perícia para aferir o valor de mercado do prédio.
O montante que sobrar deve ser rateado entre os novos proprietários e as pessoas que têm escritura e registro de compra de algum apartamento do Holiday no Cartório de Imóveis.
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