CONVERSA POLÍTICA
Insatisfeito com decisão judicial, Fábio Rocha quer reunião para defender o uso de segunda dose como primeira
Publicado em 23/07/2021 às 11:01 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:05
Por ANGÉLICA NUNES E LAERTE CERQUEIRA
O secretário de Saúde de João Pessoa, Fábio Rocha, não está satisfeito com a decisão da Justiça Federal em exigir a reserva de doses de vacina contra Covid-19 para garantir a aplicação da AstraZeneca com intervalo de 90 dias, como prevê a bula. Disse hoje (23) à CBN João Pessoa que vai provocar uma reunião com o secretário de estado da Saúde, Geraldo Medeiros, e representantes de prefeituras, para discutir a situação.
A tese que ele levanta é que não faz sentido manter um estoque grande de vacinas reservadas para segunda dose por um período de 90 dias, quando elas poderiam estar assegurando a ampliação da cobertura vacinal da população com primeira dose, ainda mais nesse cenário de risco, com a possível chegada da variante Delta no estado.
A ideia que ele deve levar à roda de debate é a contratação de um profissional da área de logística para elaborar um cronograma com a quantidade de doses disponíveis e quantas podem ser liberadas diariamente sem prejuízos ao sistema vacinal.
Para Rocha, não é justo pessoas ficarem sem nenhum dose, aguardando vacinas.
"Não é que a pessoa vai deixar de tomar a segunda dose. No máximo a pessoa pode atrasar 15 a 20 dias, porque tem um prazo de 90 dias para vacinar e pode ir separando, calmamente, sem ter que fazer estoque só pra encher prateleira", argumentou.
Decisão
O uso de vacinas destinadas à primeira dose como segunda tem o apoio da gestão estadual. O Comitê Intergestor Bipartite (CIB), que delibera sobre o plano de imunização no estado, havia autorizado a estratégia. Com uso da 2ª dose, a Paraíba liberou vacinação para mais 269 mil pessoas semana passada. Em João Pessoa, onde houve um mutirão, mais de 56 mil pessoas foram imunizadas com a primeira dose e o município passou a ter mais de 77% dos adultos (com mais de 18 anos) imunizados com uma primeira aplicação e com dose única (Janssen).
O novo esquema, no entanto, foi barrado pela Justiça. Embora ainda defenda a antecipação, o estado tem se mantido resiliente com a decisão e não deve recorrer.
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