Mais tempo para fechar federações ajuda partidos, mas preocupa políticos

Nesta quarta-feira (09), o Supremo Tribunal Federal decidiu que as legendas poderão formar federações até 31 de maio. O prazo era até 2 de abril.

Muitos partidos que tentam fechar os acordos, fazendo convergir interesses nacionais e locais ao mesmo tempo, ganharam fôlego e respiraram aliviados. Vão ter mais tempo para amarrar as pontas.

Por outro lado, alguns políticos foram pegos de calças curtas, principalmente aqueles que vivem o dilema da escolha de um partido que vá dar aquele empurrão na competitividade em outubro.

O problema é que, com a mudança, muitos vão escolher o partido novo entre 3 de março e 1° de abril, mas a legenda tem mais quase dois meses à frente para definir a coligação.

E se as federações trouxerem mudanças indigestas para a nova "casa"? Instabilidade total.

Matou a gente. Eu já estava numa situação difícil... Você vai para um partido aqui e aí a legenda se federa com um adversário estadual", admitiu o deputado Ricardo Barbosa ao Conversa Política.

Segundo ele, muitos colegas estão com esse problema e o que não era fácil, piorou.

Na Assembleia Legislativa da Paraíba, por exemplo, muitos deputados aguardavam não só a janela partidária como a definição das federações para escolher a legenda. Agora, terão que fazer a escolha antes.

Farão todos os cálculos para evitar errar. Mas não deve dar certo para todos.

Para os partidos, a ordem é outra. É que com o tamanho das bancadas fechado e cálculos eleitorais esboçados, os dirigentes vão definir se haverá ou não necessidade de um casamento de quatro anos, que é o modelo da federação.

Na AL, devem mudar de partido, por exemplo, Wilson Filho (PTB), Adriano Galdino (PSB), Ricardo Barbosa (PSB), Cida Ramos (PSB), Estela Bezerra (PSB).

Num país onde as leis eleitorais mudam a cada eleição, estabilidade é exceção.