CONVERSA POLÍTICA
Filiação de Bolsonaro ao PP e a possível debandada de Progressistas na Paraíba
Uma das teses é de que lideranças como Aguinaldo Ribeiro, Daniella Ribeiro e Cícero Lucena iriam se filiar ao PSD caso presidente Bolsonaro entre para o PP.
Publicado em 14/10/2021 às 14:25 | Atualizado em 14/10/2021 às 16:27
O movimento de costura para a volta do presidente Jair Bolsonaro aos quadros PP pode gerar uma debandada de lideranças políticas filiadas à legenda na Paraíba, afirma matéria da Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (14). O partido articula a filiação do presidente para brigar com o novo União Brasil por uma maior bancada na Câmara Federal.
A senadora Daniella Ribeiro, o deputado Aguinaldo Ribeiro e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, estariam dentre as principais "baixas" da legenda caso isso aconteça.
Ao Conversa Política, a senadora disse que ainda não há nada oficial sobre o retorno de Bolsonaro ao PP. Mas tudo é apenas uma postura ponderada. Ele prefere não fazer conjecturas sobre algo que ainda não é oficial. Há pressão sobre se eles ficariam na legenda.
Terei uma reunião com o presidente Ciro Nogueira na próxima terça-feira e vamos falar sobre esse assunto. Prefiro não me antecipar porque já vimos movimentos como esse que não deram em nada, comentou.
De fato, há filiados ao PP que apoiariam a volta de Bolsonaro ao partido. O próprio senador Ciro Nogueira, atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, seria um deles. Mas há lideranças, sobretudo no Nordeste, como também a Bahia e Pernambuco, que têm resistência a isso, comenta a senadora. "Mas Ciro é um politico democrático e jamais tomaria uma decisão sem consultar os filiados", afirmou.
Composições
Uma das teses do desconforto da filiação de Bolsonaro aqui no estado seria porque os Progressistas querem estar no palanque do governador João Azevêdo (Cidadania) em 2022, que já mandou o recado que não quer 'bolsonaristas' em sua chapa.
Aguinaldo, principalmente, almeja disputar como candidato ao Senado e também nutre preferência por Lula na disputa presidencial. Foi ministro no governo do PT (Dilma), inclusive.
Sobre essas composições, Daniella Ribeiro afirma que a possível candidatura de Aguinaldo vem de apoio de lideranças politicas pelo estado e não passa necessariamente por um desejo de manutenção de aliança com João. "Não somos aliados. Aliados é quem tem cargos no governo e nós não temos", afirmou.
Daniella disse que os Ribeiros estão junto com o governador em eventos em que eles contribuíram com emendas pelo bem da Paraíba, mas isso não sacramenta uma aliança para 2022. "É algo que só vamos conversa mais à frente. Essa antecipação é muito prejudicial", completou.
Do trio, Cícero é o único que manifesta antecipadamente apoio a João. Tem uma dívida pelo apoio do governador à sua eleição na capital no ano passado, reconhece Daniella, que já cogitou disputar ao governo, mas agora trata a candidatura de Aguinaldo como prioridade para o próximo ano.
No PSD
Nesta perspectiva, a matéria da Folha especula que os três se abrigariam no PSD, partido comandado no estado pelo ex-prefeito e pretenso candidato ao governo, Romero Rodrigues. Daniella nega veemente. Disse que sequer foram ouvidos sobre isso.
A mudança, no entanto, não teria empecilho. Os Ribeiros e o grupo de Romero Rodrigues têm ligação política em Campina Grande. Lucas Ribeiro, filho de Daniella, é vice-prefeito na montagem com o prefeito e sucessor de Romero, Bruno Cunha Lima.
Mesmo tratando como especulações, Daniella já tem projetado uma solução. Afirma que Romero seria "um bom vice", mesmo sem falar de quem. De João? A dúvida é se Romero aceitaria essa "fuga" do PSD da Paraíba ao bolsonarismo. Ele em vários momentos declarou apostar na reeleição do presidente, embora a executiva nacional mire mais à esquerda.
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