CONVERSA POLÍTICA
Focco analisa decisão do TCE de não exigir certidão negativa de algumas empresas
Tribunal recuou e, até dezembro, empresas de Comunicação que têm dívidas tributárias poderão receber verbas publicitárias.
Publicado em 06/09/2021 às 9:51 | Atualizado em 06/09/2021 às 10:02
Promotores e procuradores dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, que são membros do Fórum Paraibano de Combate à Corrupção - Focco, e outros integrantes do órgão, vão se reunir virtualmente, nesta segunda-feira (06), para analisar decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) que permitiu que empresas de comunicação e agências de publicidade recebam verba pública, por serviços prestados, sem certidão negativa de débitos tributários.
Ao Conversa Política, a coordenadora do Focco e procuradora do MPF, Janaína Andrade, afirmou que a reunião será às 14h. Na última sexta, disse que só iria se pronunciar após encontro. "Então, seria mais adequado da minha parte esperar a posição colegiada para uma declaração oficial", afirmou.
O coordenador Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público, Reynaldo Serpa, que também é membro do Focco, afirmou que ainda vai analisar a decisão do TCE e também irá participar do encontro.
De acordo com entendimento do Tribunal, até 31 de dezembro, governo do estado, prefeituras, Câmaras e Assembleia podem pagar pelos serviços, mesmo que as empresas ainda não tenham comprovação de regularidade fiscal. O prazo de quatro meses foi dado após pedido da Secretaria de Comunicação do Estado.
Membro dos MPPB estranharam a decisão porque a legislação não permite os pagamentos sem as comprovações.
Na sessão, na última quarta-feira (02), a subprocuradora do Ministério Público de Contas, Isabela Barbosa, manifestou-se, oralmente, no sentido de que não era cabível o recurso, por não reunir os requisitos de admissibilidade, opinando pelo não conhecimento.
Decisão anterior
Em agosto, o TCE colocou em prática uma decisão, tomada em março, que proibia o governo do estado a efetivar as operações. Prefeituras, Câmaras e Assembleia Legislativa seguiram o governo para evitar problemas na prestação de contas.
No pedido para adiar a cobrança, o secretário Nonato Bandeira apresentou argumentos de donos de rádios, tvs, portais, blogs que alegaram dificuldades financeiras para quitar as dívidas por causa da pandemia.
O conselheiro Nominando Diniz, relator da matéria, votou favorável a dar o prazo, aceitando a argumentação. O presidente do TCE, Fernando Catão, e o restante da Corte seguiram o voto do relator. O conselheiro Arnóbio Viana chegou a se considerar impedido de votar, mas, segundo a Assessoria do TCE, voltou atrás e seguiu o entendimento dos outros colegas.
Comentários