Opinião: Galdino "prepara terreno" e pode ficar 8 anos no comando da Assembleia

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), já preparou o "terreno normativo" para ficar 8 anos consecutivos no comando da Casa.

É que a Pec da Reeleição, aprovada na manhã desta terça-feira (20), ao mesmo tempo que acaba com infinitas reeleições, adequando a legislação estadual à decisão do STF, deixa o jogo "zerado".

Zera inclusive para Galdino, que pode recomeçar a "partida", mesmo tendo sido presidente nos últimos 4 anos.

Em outras palavras, os quatro anos de 2019 a 2023 não contam para a mudança e ele pode ficar mais quatro anos. No total, quatro biênios consecutivos ou oito anos direto na presidência do Poder Legislativo. Sem falar no primeiro entre 2015 e 2017.

Sem alternância

Galdino não externou com todas as letras o desejo de ficar mais quatro anos. No entanto, já deixou claro que quer mais dois: o biênio 2025/2027.

E, venhamos e convenhamos, ele não tem defendido, nas entrevistas, alternância permanente de poder na Casa.

Não é um feroz zagueiro da renovação, nem fala em dar oportunidade a outros parlamentares, inclusive os mais experientes e aliados de primeira ordem, das últimas eleições para a Mesa Diretora- que o diga Hervázio Bezerra (PSB).

Talvez, por isso, até Branco Mendes (Republicanos), aliadíssimo de Galdino, pré-candidato do primeiro biênio (2023/2025), votou contra a Pec que deixa tudo "favorável" para o atual presidente.

À imprensa, Branco disse que votar a Pec, agora, não estava no acordo que tenta garantir os dois no comando da AL pelos próximos anos.

Vale lembrar que ainda que Galdino não rechaça, veementemente, a possibilidade de ficar mais 4 anos, completando oito no total. Fala que tudo está nas mãos dos colegas e a vontade que prevalece é a do parlamento.

De fato, ele só ficará quase uma década, sem interrupções, se os deputados quiserem. Mas, ou Galdino é muito bom, um Messi da AL, ou falta "vontade" dos colegas. Difícil acreditar que a questão é essa.