CONVERSA POLÍTICA
Governador da Paraíba rebate dados de Bolsonaro sobre repasses para combate à pandemia
Publicado em 01/03/2021 às 9:22 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:12
Por ANGELICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA
O governador João Azevêdo (Cidadania) rebateu os números apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre verbas federais que teriam sido repassadas em 2020 para o combate à pandemia da Covid-19. Segundo o presidente, o seu governo destinou no montante de R$ 21,2 bilhões à Paraíba, sendo R$ 6,7 bilhões apenas em auxílio emergencial.
Em mensagem publicada nas redes sociais, Azevêdo afirmou que o presidente quer confundir a população.
"A Paraíba não recebeu R$ 21 bilhões para combater a pandemia. Mais uma vez estão tentando confundir a população, distorcendo valores que incluem FPE, FPM, Auxílio Emergencial, entre outros que são obrigações constitucionais e não podem ser usados no enfrentamento à Covid-19", postou na manhã desta segunda-feira (1º) em sua conta no Twitter.
https://twitter.com/joaoazevedolins/status/1366360657814319105
Mais cedo, ao Conversa Política, Letárcio Tenório Guedes, chefe da Controladoria Geral do Estado, já havia afirmado que os valores apresentados pelo presidente da República não refletem os que o governo do Estado recebeu. "Creio que essa conta deve incluir todos os municípios, auxílio emergencial e não propriamente o que foi enviado ao Governo do Estado da Paraíba. Não podemos comparar (com os dados apresentados pelo presidente)", explicou.
É certo que o presidente "joga pra galera", mas estados precisam ser transparentes. A começar aqui pela Paraíba. Uma planilha, com informações claras sobre o repasses feitos, com descrição da área, é fundamental para que a contra-argumento seja mais consistente e não seja só de "palavras".
Indignação e desinformação
Outros governadores do país já demonstraram indignação com os números publicados por Bolsonaro. É que para eles,
o presidente "mistura" tudo, junta dados de despesas obrigatórias, repasses aos municípios e recursos da pandemia, para confundir a opinião pública e colocar a população contra os gestores estaduais. Ao lado e abaixo, publicação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e do governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Bolsonaro tem alimentado uma 'guerra discursiva', com 'desinformação', para colocar a culpa do colapso do sistema de saúde, em alguns estados, nas "costas" dos governadores.
A maioria tomou medidas restritivas para aumentar o isolamento e diminuir a contaminação pelo coronavírus. Semana passada, o presidente tentou "lavar as mãos" e dizer que são os gestores que "fecham tudo" vão ter que pagar o auxílio emergencial. Desde de sempre, o presidente é contra medidas de distanciamento social, como fechamento de atividades comerciais.
Reunião
A exposição dos números, que são "deturpados", segundo os governadores, foi feita logo após uma reunião que Bolsonaro teve com o presidente da Câmara Federal, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e outros integrantes da sua equipe para tratar da pandemia.
Na reunião, estiveram os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil). Na pauta, vacina, auxílio-emergencial; PEC Emergencial, Emprego; e Situação da pandemia.
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