Governo da Paraíba quer fornecer chips com internet para estudantes acessarem plataformas de ensino

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Mais de 23% da população da Paraíba não têm internet. O que significa que crianças ou jovens que moram em casas sem nenhum tipo de conexão, não conseguem estudar em plataformas digitais, mesmo que, eventualmente, tenham um celular ou computador.

Numa tentativa de apresentar solução para essa realidade, o governo do estado negocia com operadoras de celular a aquisição de chips com internet, para que sejam distribuídos para estudantes da rede estadual, e para eles tenham acesso às plataformas de ensino do governo.

"A gente já tem franquia de dados para os aplicativos, mas estamos negociando com as operadoras aquisição de chips [...] chips dedicados, para distribuir com estudantes, esse processo está em andamento", ressaltou o secretário de Educação da Paraíba, Cláudio Furtado, em entrevista à CBN, na manhã desta quarta-feira (29).

O "negócio" ainda não foi fechado porque governo e empresas buscam soluções para que internet fique disponível apenas para sites autorizados pela Secretaria Estadual de Educação e, assim, evitar que a conexão seja usada para fins não educacionais.

"A ideia é distribuir chips para todos os estudantes da rede (250 mil) e professores. A discussão com as operadoras é simplesmente é de ver uma maneira mais eficiente de controle do pacotes para que aqueles adotados só possam ser utilizados nas plataformas do governo do estado. Então, esse é ainda o entrave. Diferente de outros estados que fizeram aquisição de chips, se você não tiver um controle dessa 'banda', você termina utilizando para outros fins e o aluno ficando no final do mês sem a disponibilidade desses dados", explicou.

Segundo o secretário, ainda não há data definida para entrega de chips, mas afirmou que a realidade atual exige investimento em vários meios para disponibilizar conteúdo para os alunos. Seja pela TV, rádio, internet ou com a entrega material impresso nas casas.

Como 10% dos estudantes ou familiares não têm smartphones, segundo Furtado, a secretaria desenvolve, com parceiros, produção de conteúdo para ser veiculado no canal de televisão usado pelo estado, com condições do material ser gravado e entregue aos estudantes para acesso com aparelhos disponíveis por eles ou pela família.

Dá pra ver que o desafio é muito maior que distribuir chips. A iniciativa é importante, mas é só uma etapa de um processo cheio de variantes.