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CONVERSA POLÍTICA

ICMS dos combustíveis: Mendonça dá prazo até 14 de junho para conciliação entre União e estados

O ministro do STF é relator de uma ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro contra unificação da cobrança do ICMS proposta pelo Confaz.

Publicado em 03/06/2022 às 10:04


                                        
                                            ICMS dos combustíveis: Mendonça dá prazo até 14 de junho para conciliação entre União e estados
SAO PAULO- SP BRASIL 22.07.2017 ECONOMIA AUMENTO DE COMBUSTIVEIS Foto Reinaldo Canato. REINALDO CANATO

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, deu prazo até o dia 14 de junho para que os secretários estaduais, o governo federal e o Congresso Nacional cheguem a um acordo sobre as mudanças na cobrança do ICMS sobre combustíveis. O acerto foi definido em uma audiência de conciliação nesta quinta-feira (2).

Mendonça é relator de uma ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro, representado pela AGU, contra uma decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) – composto majoritariamente pelos secretários de Fazenda estaduais e distrital.

Pela decisão do Confaz, a cobrança de ICMS sobre o óleo diesel foi unificada em todo país, no valor de R$ 1,006 por litro de diesel tipo S10, mas com a permissão para que os governos estaduais e distrital concedam descontos sobre o valor.

Para o governo, tais descontos seriam uma forma de burlar uma lei sancionada em março e que determina a cobrança de um ICMS único sobre os combustíveis, válido para todo o país, embora o imposto seja estadual. A intenção da lei foi buscar uma redução dos preços dos combustíveis.

As autoridades estaduais e distrital afirmam que o problema da alta nos preços dos combustíveis não está relacionada ao modo de cálculo e cobrança do ICMS, e que é possível interpretações diversas da legislação.

No mês passado, Mendonça concedeu uma liminar (decisão provisória) pedida pela AGU para suspender as cláusulas que tratam do ICMS do diesel no convênio do Confaz. A decisão deve vigorar até o julgamento de mérito, no plenário do Supremo, da ação direta de inconstitucionalidade aberta pelo governo.

Encaminhamento

Uma das soluções virá por meio da aprovação do projeto de lei em tramitação no Senado que estabelece os combustíveis como bens essenciais, portanto, com alíquota limitada de ICMS.

Segundo o presidente do Comitê dos Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) e secretário de Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, esta será uma das soluções para o impasse no STF.

Padilha disse que ficou acordado na audiência de custódia que as novas regras para a cobrança de ICMS sobre combustíveis deverá seguir alguns critérios, entre eles a cobrança de uma alíquota única, o compromisso de não ampliação da base tributária, a caracterização dos bens como essenciais e a monofasia na cobrança do tributo.

O presidente do Comsefaz disse que será elaborado um novo convênio por parte dos estados para a cobrança do ICMS com base nesses critérios. Não há disposição dos estados, segundo Padilha, em insistir nas regras que foram contestadas pelo governo no STF.

A regra estabelecia uma alíquota única do ICMS, mas permitia que cada estado desses descontos específicos, o que, na prática, levava a cobranças diferentes do imposto em cada unidade federativa.

Prazo

Após o encontro, o ministro decidiu pedir dados dos estados sobre a arrecadação com o ICMS e marcar uma audiência de conciliação com todas as partes, antes de tomar uma nova decisão no caso.

O ministro determinou a formação de uma mesa redonda com cinco representantes dos estados e até cinco da União para que busquem uma solução consensual até o dia 14 de junho. Caso uma proposta não seja apresentada na data, Mendonça afirmou que deverá dar continuidade à análise monocrática de outras medidas cautelares pedidas na ação.

Imagem ilustrativa da imagem ICMS dos combustíveis: Mendonça dá prazo até 14 de junho para conciliação entre União e estados

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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