CONVERSA POLÍTICA
Opinião: salve-se quem puder é a regra da “janela partidária”
Na Assembleia, cerca de 70% dos parlamentares mudaram de partido para encontrar a legenda que vai “dar calda”.
Publicado em 30/03/2022 às 21:05
A algumas horas do fechamento da janela parlamentar e a pouco mais de seis meses da eleição, o cenário é de lideranças políticas, pré-candidatos ao governo, na corda bamba e parlamentares num cenário de salve-se quem puder.
Mais do que nunca, temos as nuvens da política se movimentando mais rápido que o normal, numa ecossistema político cheio de tormentas para praticamente todos os protagonistas paraibanos.
No caso da proporcional, não tem amor a causa (para a maioria). Mais do que nunca está marcada a regra do “primeiro eu”, num partido de garantias mínimas. Pragmatismo por sobrevivência.
Com o fim das coligações, só vale entrar em um partido com nomes de densidade eleitoral que dê condições para, no mínimo, garantir uma primeira ou segunda suplência.
Abrigado e bem abrigado, vale tudo. Votar num governador e apoiar um senador de outra chapa. Anunciar apoio a um senador, mas declarar voto para o candidato ao governo de outro grupo.
É Romero que “admira” Bruno Roberto, candidato de Bolsonaro, mas que fica com Pedro e não com Nilvan. É Hugo que vota em João, mas não abre mão de andar de mãos dadas com Efraim. É um Galdino que quer ser vice de João, mas já disse que não vota no senador do gestor estadual.
É Ruy que sai do PSDB e vai para o PSC, mas diz que fez isso para fortalecer o grupo comandado pelo próprio PSDB. É Ricardo Barbosa que é homem de confiança do PSB, partido do governo, mas já subiu no palanque do candidato ao Senado que rompeu com o governador.
É o líder do governo Wilson Filho que vai para o Republicanos, mas o novo partido dele está com o senador do outro lado.
É um Feliciano que faz as contas para saber se vai para o União Brasil ou para o PT. Partidos que olham pra lado diferentes, mas o que vale é saber quem garante a reeleição. Só para ficar em alguns exemplos. É só mudar os nomes que os exemplos se multiplicam.
A Calda
Na Assembleia, cerca de 70% dos parlamentares mudaram de partido para encontrar a legenda que vai “dar calda”. Calda boa de votos é a métrica. Apoio ao governador ou ao Senado é consequência. Se for do mesmo grupo, ótimo. Se não for, pra que existe uma boa retórica.
É de fato, de vaca desconhecer bezerro. E, como dissemos, com esse “salve-se quem puder”, os candidatos ao Senado e ao governo estão na corda bamba.
Para ir um pouco mais além, tem prefeito com medo de ver a candidatura a reeleição em 2024 começar a “melar” em 2022.
Comentários