CONVERSA POLÍTICA
Linha Direta exibe foto e pede ajuda para localizar assassino e mentor da "Barbárie de Queimadas"
No episódio de ontem, familiares das vítimas, "escancaram uma ferida" para, mais uma vez, exigir Justiça. Eduardo fugiu pelo portão lateral da PB1, em novembro de 2020.
Publicado em 12/05/2023 às 8:42
Novo Linha Direta exibiu, ontem (12), por várias vezes, a foto do mentor da Barbárie de Queimadas, Eduardo dos Santos Pereira, condenado a 108 anos de prisão em 2014, que fugiu em 2020 do PB1, em João Pessoa.
Para quem reconhecer, o programa relembrou que a denúncia pode ser feita de maneira anônima pelos telefones da polícia 181 e 197.
Se você tem informações que possam levar a localização de Eduardo Santos Pereira, entre em contato com 181 ou disk denúncia da Paraíba, 197. Suas informações serão levadas às autoridades e sua identidade será mantida sempre no mais absoluto sigilo", disse Bial no fim do programa.
O crime aconteceu na madrugada do dia 12 de fevereiro de 2012, na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba. Um estupro coletivo planejado contra cinco mulheres em uma festa de aniversário, que resultou na morte de duas delas.
Dos dez homens envolvidos na noite do estupro coletivo e feminicídio de duas mulheres – a professora Izabella Pajuçara e a recepcionista Michele Domingos – apenas um permanece preso em regime fechado, segundo o advogado da família de Izabella.
Fuga estranha
Eduardo fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1. De acordo com o então secretário executivo da Administração Penitenciária, João Paulo Barros, a fuga aconteceu entre 19h e 20h do dia 17.
O preso fugiu pela porta lateral que dá acesso ao almoxarifado. O programa destacou que a investigação da polícia da Paraíba mostrou que as chaves ficaram, por acaso, em cima de um móvel. Eduardo, que já tinha estabelecido uma relação de confiança, pegou a chave e foi embora abrindo o portão.
Sangue derramado
O programa, que reestreou semana passada, sempre ajudou a encontrar muitos foragidos da Justiça pelo país. No episódio de ontem, familiares das vítimas, mexeram dolorasamente em uma "ferida" para, mais uma vez, exigir Justiça.
Eu não queria tá aqui, fazendo isso. Eu sei que de alguma forma expõe demais. Expõe a minha imagem. Me deixa de certa forma insegura. Mas nesse momento eu não posso silenciar pelo meu sangue que foi derramado, desabafou Ismênia Monteio, irmã de Izabella.
Ninguém foi responsabilizado
Os quatro policiais penais que faziam a segurança do setor foram encaminhados à Central de Polícia para explicar a fuga, à época.
O delegado geral da Polícia Civil da época, Isaías Gualberto, afirmou ao G1 que um deles foi autuado por facilitação culposa e, em seguida, liberado.
De acordo com a Polícia Civil, a facilitação culposa é porque o policial não teve a intenção, não foi uma ação planejada, mas como estava de serviço deveria ter sido mais atento.
Interpol tenta encontrar mentor da Barbárie de Queimadas
De acordo com apuração do Jornal da Paraíba, a atual delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Cassandra Duarte, afirmou que há um mandado de prisão expedido contra Eduardo dos Santos desde a fuga.
Toda as agências têm essa informação e a Polícia Civil da Paraíba trabalha nessa perspectiva para tentar prendê-lo”, explica a delegada.
Cassandra Duarte ainda explicou, segundo reportagem, que foi feita uma solicitação para a inclusão do nome de Eduardo dos Santos Pereira na lista de procurados da Interpol.
Até esta quarta-feira (10), o nome do acusado ainda não havia sido incluído.
Condenação de autores do estupro coletivo
Eduardo foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros.
Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.
Luciano dos Santos Pereira, irmão de Eduardo, foi condenado a 44 anos de prisão. Ele é o único que segue em regime fechado.
Outros cinco homens foram condenados. Um deles foi executado a tiros dois meses após receber o benefício do semiaberto. Três adolescentes também foram julgados e cumpriram medidas socioeducativos.
A história da Barbárie de Queimadas
Conforme as investigações, os abusos foram planejados pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam convidado outros homens para abusar sexualmente das convidadas na festa de aniversário de Luciano. Segundo informações contidas no processo, o crime seria um “presente” para o aniversariante. Confira detalhes da história em reportagem especial do Jornal da Paraíba.
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