CONVERSA POLÍTICA
Couto denuncia "bloqueio" de água em barragens particulares do Vale do Mamanguape
Cerca de 200 famílias estão sendo prejudicadas por causa de oito barragens particulares. Há meses moradores da região protestam e cobram solução. Aesa diz que problema foi resolvido.
Publicado em 27/12/2021 às 15:45 | Atualizado em 27/12/2021 às 15:56
O padre e ex-deputado federal Luiz Couto (PT) denunciou, nesta segunda-feira (27), que mais de 200 famílias do Vale do Mamanguape estão sem água porque oito barragens construídas em propriedade particulares estão "bloqueando" a passagem. Ou seja, a água fica presa a montante e comunidades inteiras que estão a jusante, dependentes do líquido para necessidades básicas, não têm acesso.
“As pessoas estão sem água para as necessidades básicas, como beber, tomar banho, fazer comida, lavar roupas, etc", afirmou Couto.
Ele participou de caminhada em defesa de água nas comunidades de Curralinho, Palmeiras e Santa Cruz, no entorno dos rios Curralinho e Itapecerica. Segundo o padre, as pessoas perderam o instrumento para trabalhar na agricultura e não se pode admitir que a água seja usufruída apenas por poucas pessoas.
Além de Couto, o prefeito de Jacaraú, Elias Costa, o vice-prefeito, Márcio Aurélio Madruga e várias lideranças da região participaram da caminhada. A situação já foi denunciada ao Ministério Público.
Há alguns meses, moradores da comunidades cobram providências. Em novembro, eles participaram de audiência pública na Câmara de Mamanguape pedindo solução aos legisladores e autoridades (foto acima).
Aesa identificou o problema
Ao Conversa Política, o diretor-presidente da Agencia Estadual de Gestão da Águas (Aesa), Porfírio Loureiro, afirmou que os técnicos identificaram e já resolveram o problema depois de fiscalizações que começaram em novembro e dezembro.
Segundo ele, foram realizadas ações para que a água fosse liberada para as famílias. Porfírio admitiu que os técnicos identificaram irregularidades e que pelo menos três barragens não têm licença da Superintendência de Meio Ambiente do Estado (Sudema), e precisam de regularização.
Outras três estão autorizadas a funcionar, mas não podem impedir a passagem da água, principalmente porque o regime de chuvas na região foi menor do que se esperava.
"Amanhã (28) tem reunião com o Comitê da Águas do Litoral Norte e Sudema, além de técnicos da Aesa, para fazer gestão e evitar que o problema se repita", afirmou o diretor-presidente da Aesa.
Ele destacou ainda que a licença e autorização para o uso da água nas propriedades particulares são dadas pela Agência e no caso da região, além da agricultura familiar, ela é usada em plantações de abacaxi e cana-de-açucar.
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